De maneira pouco planejada, decidi trabalhar um tema único em várias salas nas primeiras semanas de aula, neste retorno. Vou seguir esta diretriz antes de voltar ao Caderno do Aluno e seguir o currículo imposto pelo Estado. O tema escolhi no domingo, véspera da volta às aulas, quando li o caderno especial da Folha de São Paulo com perguntas e respostas sobre o vírus H1N1. Me lembrei do livro de Jeanette Farrell (“A Assustadora História das Pestes & Epidemias”), que li este ano, e que trata de 7 doenças infecto-contagiosas que assolaram os humanos no passado. A obra tem caráter interdisciplinar, conjugando conceitos da biologia com narrativa da história.
Para por a ideia em prática, usei meu velho método: o improviso. Defino um tema, mas não traço estratégias: na hora da aula penso no que fazer, sigo meu faro. Geralmente dá certo, mas o processo é falho porque me impede de fazer reflexões mais profundas e planejamentos mais eficientes. No entanto, sinto que quando planejo demais erro a mão...
Iniciei o trabalho de maneira semelhante com todas as turmas (7º e 8º do E.F., 1º e 2º anos do E.M.): comecei reunindo os estudantes em círculo, abrindo espaço para que expusessem o que já sabem sobre o assunto. Nesses momentos, sempre fico com a impressão de monopolizar demais a fala, fato que se agrava com a inibição natural deles. Apresentei o caderno do jornal, li alguns dados que eram pertinentes aos assuntos que surgiam. Em seguida, apresentei o livro de Farrell, destacando a ideia de que as epidemias sempre ocorreram, de que foram piores no passado porque não se conhecia suas causas.
Essa exposição inicial teve resultado variável, de acordo com as turmas. Em algumas senti que foi proveitosa, que houve participação e interesse. Infelizmente em outras notei que muitos não conseguiam acompanhar a discussão, por falta de interesse ou de capacidade mínima de compreensão. Como sempre, algumas pessoas estão mais interessadas em aproveitar as deixas pra fazer piadas (sem graça) do que em manter um diálogo coletivo...
A partir daí, minha estratégia variou de acordo com a série. Para as sétimas, oitavas e para o primeiro ano do E.M., sugeri uma pesquisa sobre as doenças citadas na obra de Farrell mais a Gripe Espanhola. Pus na lousa alguns ítens que deveriam ser elucidados no decorrer da pesquisa: agente causador, forma de contágio, história (doença no tempo e no espaço, trajetória da relação da doença entre os humanos, trajetória dos esforços de compreensão e combate a essas doenças), formas de prevenção e tratamento, existência ou não de vacina e os aspectos atuais dessas epidemias. Sugeri que organizassem esses dados numa tabela.
Imaginei realizar esta pesquisa na Internet, mas os computadores estão inoperantes. Recorri aos livros didáticos, onde pudemos encontrar informações básicas e insuficientes sobre quatro dessas epidemias.
Foi marcante perceber que a maioria dos estudantes, mesmo os do Ensino Médio, não dominam conceitos básicos. Não sabem como funciona o sistema imunológico, e portanto não compreendem o mecanismo de uma vacina. Tem um vocabulário muito pobre, e desconhecem o significado de termos simples, como “prevenir”. Não sabem o que é um vírus, o que é uma célula. É impressionante...
Selecionei os livros e entreguei aos alunos, sem dar indicações de onde encontrar os temas. A ideia era dar a eles a oportunidade de aprender a realizar uma pesquisa num livro. Sugeri que usassem o índice, mas dessa forma eles não foram capazes de encontrar nada. As turmas passaram 50 minutos folheando os livros sem nada encontrar. Logo abandonavam os índices e passavam a buscar a esmo, página por página, os textos. Olham as páginas em busca de partes dos termos, como “espanhola”, de gripe espanhola. Em geral, não encontravam nada. Tentei ajudar infomando as épocas das epidemias, o que não foi de grande utilidade. Quando um deles acidentalmente encontra informações úteis, compartilha com os colegas o número da página e logo todos estão com os livros abertos no mesmo lugar... Uma vez encontrada a fonte, não demonstram grandes dificuldade em responder aos ítens. No final, sempre procuram comparar suas respostas com a dos colegas e, em alguns casos, me procuram para confirmar se acertaram ou não.
Tiveram dificuldade também em construir a tabela nas folhas de papel sulfite que forneci. Alguns gastaram 50 minutos só nessa tarefa.
Nos 2º E.M. decidi reproduzir o texto e entregar cada capítulo a um grupo, para que leiam. Ainda não consegui imaginar uma forma proveitosa extrair contribuições...
Para por a ideia em prática, usei meu velho método: o improviso. Defino um tema, mas não traço estratégias: na hora da aula penso no que fazer, sigo meu faro. Geralmente dá certo, mas o processo é falho porque me impede de fazer reflexões mais profundas e planejamentos mais eficientes. No entanto, sinto que quando planejo demais erro a mão...
Iniciei o trabalho de maneira semelhante com todas as turmas (7º e 8º do E.F., 1º e 2º anos do E.M.): comecei reunindo os estudantes em círculo, abrindo espaço para que expusessem o que já sabem sobre o assunto. Nesses momentos, sempre fico com a impressão de monopolizar demais a fala, fato que se agrava com a inibição natural deles. Apresentei o caderno do jornal, li alguns dados que eram pertinentes aos assuntos que surgiam. Em seguida, apresentei o livro de Farrell, destacando a ideia de que as epidemias sempre ocorreram, de que foram piores no passado porque não se conhecia suas causas.
Essa exposição inicial teve resultado variável, de acordo com as turmas. Em algumas senti que foi proveitosa, que houve participação e interesse. Infelizmente em outras notei que muitos não conseguiam acompanhar a discussão, por falta de interesse ou de capacidade mínima de compreensão. Como sempre, algumas pessoas estão mais interessadas em aproveitar as deixas pra fazer piadas (sem graça) do que em manter um diálogo coletivo...
A partir daí, minha estratégia variou de acordo com a série. Para as sétimas, oitavas e para o primeiro ano do E.M., sugeri uma pesquisa sobre as doenças citadas na obra de Farrell mais a Gripe Espanhola. Pus na lousa alguns ítens que deveriam ser elucidados no decorrer da pesquisa: agente causador, forma de contágio, história (doença no tempo e no espaço, trajetória da relação da doença entre os humanos, trajetória dos esforços de compreensão e combate a essas doenças), formas de prevenção e tratamento, existência ou não de vacina e os aspectos atuais dessas epidemias. Sugeri que organizassem esses dados numa tabela.
Imaginei realizar esta pesquisa na Internet, mas os computadores estão inoperantes. Recorri aos livros didáticos, onde pudemos encontrar informações básicas e insuficientes sobre quatro dessas epidemias.
Foi marcante perceber que a maioria dos estudantes, mesmo os do Ensino Médio, não dominam conceitos básicos. Não sabem como funciona o sistema imunológico, e portanto não compreendem o mecanismo de uma vacina. Tem um vocabulário muito pobre, e desconhecem o significado de termos simples, como “prevenir”. Não sabem o que é um vírus, o que é uma célula. É impressionante...
Selecionei os livros e entreguei aos alunos, sem dar indicações de onde encontrar os temas. A ideia era dar a eles a oportunidade de aprender a realizar uma pesquisa num livro. Sugeri que usassem o índice, mas dessa forma eles não foram capazes de encontrar nada. As turmas passaram 50 minutos folheando os livros sem nada encontrar. Logo abandonavam os índices e passavam a buscar a esmo, página por página, os textos. Olham as páginas em busca de partes dos termos, como “espanhola”, de gripe espanhola. Em geral, não encontravam nada. Tentei ajudar infomando as épocas das epidemias, o que não foi de grande utilidade. Quando um deles acidentalmente encontra informações úteis, compartilha com os colegas o número da página e logo todos estão com os livros abertos no mesmo lugar... Uma vez encontrada a fonte, não demonstram grandes dificuldade em responder aos ítens. No final, sempre procuram comparar suas respostas com a dos colegas e, em alguns casos, me procuram para confirmar se acertaram ou não.
Tiveram dificuldade também em construir a tabela nas folhas de papel sulfite que forneci. Alguns gastaram 50 minutos só nessa tarefa.
Nos 2º E.M. decidi reproduzir o texto e entregar cada capítulo a um grupo, para que leiam. Ainda não consegui imaginar uma forma proveitosa extrair contribuições...
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