Aposentados há um ano e alvo de críticas de fiscais de trânsito, os
radares-pistola serão ressuscitados pela gestão Fernando Haddad (PT)
para caçar motoqueiros que andam acima da velocidade máxima permitida
nas marginais Pinheiros e Tietê.
O equipamento funciona com um laser que mede a velocidade e dispara uma câmera que fotografa a placa.
A prefeitura havia abandonado esse tipo de aparelho após críticas de
marronzinhos da CET. Eles alegavam dificuldade de manejar um objeto de
1,5 kg, além de medo de sofrer agressões dos motoqueiros flagrados.
Há um ano, quando a Folha antecipou a aposentadoria desse tipo de radar portátil,
a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) justificou que não renovaria
o aluguel de seis aparelhos porque outros equipamentos em instalação
eram mais avançados e tinham capacidade de fiscalizar as motos.
A partir da próxima quinta-feira (10), dez aparelhos do tipo serão
usados em 38 pontos das duas marginais. Cada uma delas irá receber
metade dos equipamentos.
Robson Ventura - 25.mar.2013/Folhapress | ||
Agente de trânsito da CET com radar-pistola há dois anos, na zona leste de São Paulo |
Agora, em vez dos marronzinhos, quem vai operar os radares será a GCM
(Guarda Civil Metropolitana), que está sendo treinada para atuar nesse
tipo de fiscalização.
Alguns motoristas criticam a prefeitura por terem de pisar no freio
devido à redução dos limites, enquanto condutores de motos cometem
infrações impunemente.
Isso acontece porque muitos motociclistas escapam dos radares
convencionais por trafegarem entre as faixas (e não no meio delas), pelo
tamanho reduzido da placa e por não terem identificação dianteira (boa
parte dos flagrantes ocorre pela frente).
É comum ver motos trafegando pela pista expressa da marginal Tietê,
vetada para esse tipo de veículo –na Pinheiros, o uso é liberado.
Ao anunciar a volta dos radares, Haddad disse que eles serão usados
"para proteger a vida do motociclista, que é a segunda maior vítima do
trânsito de São Paulo".
De 1.084 acidentes com vítimas nas marginais em 2014, 923 (85%) envolveram motociclistas, segundo levantamento da prefeitura.
Segundo relatório da CET revelado pela Folha, nas seis semanas após a
redução de velocidade nas marginais (de 20 de julho a 30 de agosto), os
acidentes com vítimas caíram 27% em relação ao mesmo período de 2014. Os
casos passaram de 159 para 116.
"É um processo educativo. Eu já colho depoimentos de pessoas que têm coragem de admitir que melhorou", afirmou o prefeito.