A introdução do Saresp e de seus métodos de avaliação representa a chegada da lógica industrial-tecnocrática ao ambiente educacional. Traçam-se índices, estabelecem-se metas. O processo de ensino-aprendizagem é reduzido a cifras, congelado em gráficos. Cada indivúdio envolvido perde suas particularidades, deixa de ser singular, torna-se uma variável numa equação pré-fabricada.
A delicadeza e a sensibilidade essenciais na atividade educacional são eliminadas, porque não se enquadram na frieza da filosofia empresarial do novo método.
O pior de tudo isso é que essas modificações não foram introduzidas com a finalidade de conferir melhorias no processo de ensino. Não é com os alunos ou com a sociedade que o governo e seus técnicos estão preocupados. O que se busca é obter avanços em índices artificiais, proporcionando o capital político necessário para que certos setores possam se beneficiar.
Resta a nós, educadores e professores testemunhas deste triste espetáculo, explicitar essas constatações, pondo às claras o que todos pensam e sabem, mas não dizem.