sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Uns pensamento

(fr)ágil (ou “não buzine, acorde mais cedo”) o chão é duro sua retrovisão ameaça minha mão “corredor” não significa que se deve correr Tenho uma raiva genuína Odeio seu fedor de gasolina Odeio sua mania de buzina Odeio seus rios de bosta e urina Odeio sua pressa assassina Odeio sua pose de fina Que mal disfarça sua alma filistina Odeio sua ode ao bandeirante Odeio suas pontes e mirantes Odeio o paliteiro de prédios sujos Odeio e sempre que posso fujo bateu panela botou bandeira do Brasil na sacada desfilou com camisa da seleção na paulista tirou selfie com PM se perdeu no metrô postou ofensa no perfil compartilhou a capa da Veja soltou rojão e buzinou no 31 de agosto guardou as panelas tirou a bandeira da sacada deu a camisa surrada pro rapaz da guarita aquietou-se assiste em suas telas a orgia da ganância curtiu veracidades veracidente vermelho vivo morto manchando a via expressa veramiséria veraspontes que separam as classes veradistância que mantém o pobre em seu lugar verasadegas e clássicos de quarta-feira que mantêm quietos verapolícia último recurso aos recalcitrantes veromendigo vomitado dormindo na porta do banco que produz mendigos veropm batendo no menino preto porque ele odeia o preto do menino que ele também tem em si verorio que virou esgoto variações vibrantes de vibriões. capivaras vagando na vala podre. mutantes? veratorre envidraçada que expulsa os barracos dos que já eram expulsos pra poder abrigar escritórios de firmas que produzem mais expulsão veroprefake fazendo vídeo postando pra colher curtidas verobabaca curtindo o vídeo do prefake veroveneno no ar veromenino no sinal verocachorro tratado como gente e a gente tratada como cachorro verdadeiras veracidades somos soldados de um estranho exército nosso território o corredor estreito e sempre fluido eternamente móvel em constante rearranjo um não lugar um tempo-lugar uma circunstância fortuita e passageira pátria que defendemos com silvos e roncos tíbias patelas ulnas rádios falanges metacarpos e úmeros se necessário patadas e gritos nossa precária pátria vive sob constante ameaça de invasão nossos inimigos tem os olhos alhures na tela azulada perdendo contato com a linha que demarca a fronteira ou apenas desprezam a população desse território já que ela parece frágil sobre suas duas patas pretas de borracha cortada de frio e de medo trincando a mandíbula até que os dentes doam e voam sobre ela sem aviso cortando o terreno que nos resta exigindo o nervoso recurso do pé direito sobre a manivela de ferro e o recálculo instantâneo das probabilidades e opções cavaleiros milimétricos zumbindo e bufando perto da mão que segura um cigarro focinho do cachorro olhar zombeteiro da criança enfardada e enfarada no banco de trás seguimos em frente tentando evitar gaiola de ferro com que embalam os membros rachados tentando fugir do papel alumínio com que cobrem os restos daqueles que caem de vez A pobre carne que alimenta a cidade que viaja sobre duas rodas Sístole para o centro Diástole para as bordas todo dia exceto domingos e feriados (anóxia temporária) NOVOS - 2022 caca bala caca paca vala maca moca mooca poça roça troça moto morto o gordo é morto o barco no porto o porco no cocho lavagem na barba a baba tejano a paula na buça amando no cano pegando no pano pano branco e gonorreia sebo livre no subaco seca a pica e lambe o saco pega a minha e vai pro mato senta firma roda o rabo tira bosta fede o dedo nem a medo voto em ti teu coco no meu pipi cura a mente quebra o dente não faz gente nem é crente pega o pente tira o bigode teu cu e te fode nem fica nem pode vai bode vai cabra goza e acaba fica na raba a trava da baba o fim da picada a pica da trava a fula do lêfo o grelo do beco o gelo mais seco maria quitéria rainha da américa sem buço nem tora pegou tiro afora largou casa e marido cagou no umbigo ficou sem abrigo levou um balaço seu cu um regaço não faz mais cagaço não tem nem cabaço aço faço é o fim do embaraço Neschling Sinfonia sinfonia sinfônia sinfônia sinfrônio sinval siririca sebola senora piroca esmegma xereca firula feijão pinga pinga pinga no seu rego no teu cu ratio-ars naturalha na caralha cara senta na cara senta senta sinta pinta pica no teu rego no teu rego linguiça Bucareste busca resto lub lub glub glub lubrificante limpa lambe lente crente quente gente frente nega pega rega esfrega quebra febre deve a lebre dar o breque passa o cheque choque fede liga tripa pão linguiça pé carniça pau tiriça tem linha sem trem benga minha lá vem

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Maria Bonomi