Abaixo transcrevo uma biografia coletada no site http://www.spectrumgothic.com.br/ocultismo/personagens/rasputin.htm
A trajetória de Grigori Yefimovich Novykhn tem início na década de 1860. Mas há muitas incertezas em relação ao seu nascimento. Especula-se que tenha sido em 23 de janeiro de 1864, na pequena aldeia de Pokrovskoe, Sibéria. Outras fontes afirmam que o ano de seu nascimento está entre 1869 e 1872.
Pobre e parcialmente alfabetizado, o jovem Grigori atravessou sua infância e adolescência na região natal. Provavelmente, ajudando ao pai camponês nas tarefas diárias, e divertindo-se com mulheres, vodka e envolvendo-se em brigas com vizinhos. Por este motivo, logo ganhou o apelido de Rasputinik (Rasputin - equivalente à Pervertido).
Por outro lado, sua terra natal era de religiosidade e misticismo muito intensos. Principalmente porque ali próximo estavam depositados, numa igreja, os restos mortais de São Simão. O jovem Rasputin cresceu influenciado por esta atmosfera. Conta-se que, em sua juventude, já dava alguns sinais de possuir uma percepção especial, ou capacidade de predizer fatos futuros. Certa vez, um político chamado Stolypin passava de carruagem por uma estrada. O jovem Rasputin, que passava ao lado, acenou e gritou ao viajante: "A morte é para você. A morte está se aproximando!". Incrivelmente, no dia seguinte, o político foi ferido por balas e morreu dias depois.
Aos dezoito anos, Grigori Rasputin teve um encontro com o bispo de Barnaull. Em seguida, inesperadamente, passou a interessar-se por religião e decidiu viajar ao mosteiro de Verkhoture. Foi nesta viagem que entrou em contato com uma seita conhecida como Khlysty (Flagelantes), a qual pregava que o ato sexual era uma forma de obter a salvação espiritual. Sua passagem no mosteiro não foi longa, mas o fez entrar em contato com os preceitos e a disciplina religiosa.
Pouco tempo depois retorna à terra natal e casa-se com uma jovem chamada Praskovia Fyodorovna. Este matrimônio rendeu três filhos ao casal: Dimitri, Maria e Varvara, nascidos em 1897, 1898 e 1900, respectivamente (outras fontes especulam quatro filhos do casal). Porém, o casamento foi breve e Rasputin abandonou o lar. Quando conheceu um místico conhecido por Makaria, decidiu vagar pelo mundo. Em suas andanças, visitava preferencialmente, locais de peregrinação religiosa, como o Monte Athos, Grécia e Jerusalém. Paralelamente, ao longo de suas caminhadas, espalhavam-se as lendas de que aquele jovem possuía poderes especiais e era capaz de curar enfermos e prever o futuro. Mesmo que, em sua passagem pelo mosteiro de Verkhoture, não tenha recebido nenhum tipo de treinamento espiritual e tampouco tenha sido ordenado monge, muitas pessoas, desconhecendo seu passado conturbado, passaram a considerá-lo um sábio religioso.
Os habitantes das regiões por onde Rasputin passava, o procuravam em busca de suas bênçãos; em troca, ofereciam-lhe comida, roupas e dinheiro. Em pouco tempo, ganhou a condição de "homem santo" e sua fama disseminou-se nas aldeias da Europa Central. Rasputin contava que, um dia, arando as terras, recebeu uma revelação divina. Surgiu-lhe um anjo que entoou um canto místico e lhe atribuiu a missão espiritual de ajudar os necessitados.
De volta à terra natal, Rasputin é recebido pelo bispo Theophan e ganha notoriedade entre os religiosos da região; mas sua presença também gera desconforto em alguns. O Monge Iliodor era um de seus opositores. Conta-se que este monge, certa vez, enviou à casa de Rasputin, uma mulher para seduzi-lo e depois esfaqueá-lo. Rasputin foi esfaqueado mas sobreviveu.
O Bruxo dos czares
Em 1902, Rasputin desloca-se para a cidade de São Petersburgo e Kazan, onde agregou alguns discípulos e criou um grupo místico denominado Polite Society, baseado nos princípios da Khlysty. Sua imagem de camponês simples e sem ambição foi significativa para que conquistasse confiança e simpatia junto aos moradores da região. A influência que a Polite Society exercia e o poder de persuasão de Rasputin, amenizavam a fama que seu envolvimento com prostitutas e bebidas lhe atribuía.
Nesse mesmo momento, as autoridades clericais da Rússia procuravam por um líder que transitasse entre a alta classe da sociedade, a nobreza e as classes inferiores, e pudesse reunir todas sob a influência da Igreja. Rasputin trazia todas essas características. Mas sua fama junto aos czares teve início em 1905, quando Anya Vyrubova, amiga próxima da czarina Alexandra Fedorovna, entrou em coma após ferir-se gravemente quando o trem em que viajava descarrilou. Os médicos já haviam perdido a esperança de curá-la quando Rasputin foi chamado. O místico, ajoelhado ao lado da cama da vítima, segurou sua mão e chamou-a pelo nome. Assim continuou por horas seguidas; até que a vítima, de forma inexplicável, despertou. Rasputin, com as roupas umedecidas de suor, desmaiou exausto.
Totalmente recuperada, Anya narrava à czarina as proezas curativas do místico. Quando a doença de Tsarevich Alexei Romanov se agravava, Rasputin era imediatamente solicitado e ajoelhava-se ao lado do leito da criança, por várias horas se necessário, pronunciando em profusão uma espécie de oração em um idioma desconhecido e a saúde de Alexei era restabelecida.
Desse modo, o "bruxo" ganhou confiança e credibilidade entre os czares. Porém, Nicolas, sentindo-se desconfortável com a presença de um "monge devasso" em seu palácio e com o grau de intimidade que ele desfrutava com a czarina Alexandra, despachou o místico para a Sibéria. Por outro lado, a czarina, sensibilizada pela doença e pelo sofrimento do filho hemofílico nascido em 1904, passava a considerar a hipótese de recorrer novamente a Rasputin pela saúde da criança, caso fosse necessário.
Numa noite de outubro de 1912, Alexei sofria intensamente pela dor causada pela hemorragia hemofílica. Desesperada, a czarina enviou um telegrama solicitando o auxílio de Rasputin. O místico respondeu imediatamente, dizendo que Alexei não ia morrer e o sangramento ia cessar. Conta-se que, assim que o telegrama de Rasputin chegou às mãos da czarina, Alexei obteve uma melhora súbita. A czarina Alexandra atribuiu este fato aos poderes de Rasputin, passando a exigir sua presença constantemente no palácio, como se a saúde do herdeiro dependesse deste fato. Sensibilizado e agradecido, o czar Nicolas II não apenas aceitou a presença de Rasputin no palácio, como passou a respeita-lo como um "líder extra-oficial", ou um sábio conselheiro do trono.
Desse modo, o "médico Rasputin" restabeleceu em si a confiança da alta cúpula russa e passou a atender também os cidadãos comuns que almejavam uma consulta, realizando "pequenos milagres" e promovendo algumas curas prodigiosas. Ao mesmo tempo em que Rasputin ganhava fama com as mulheres, principalmente da alta sociedade, conquistava também trânsito livre no palácio dos Romanov, como um chefe de estado ou um primeiro-ministro. Por outro lado, a inveja do príncipe Felix Yussupov e de outros líderes russos, crescia na mesma proporção que se desenvolvia a influência de Rasputin entre os Romanov.
O Bruxo e a Dinastia em declínio
Em setembro de 1915, quando as tropas russas estavam em desvantagem na I Guerra, Nicolas abandonou o trono temporariamente para liderar o exército. Rasputin já havia manifestado sua oposição com o fato da Rússia combater o império Austro-húngaro e alemão. A ausência do czar no palácio deu mais liberdade a Rasputin, que passou a influenciar ativamente nas decisões políticas do país.
Conta-se que certa vez, embriagado, Rasputin declarou na presença de muitas pessoas que era ele quem mandava na Rússia e que a czarina estava aos seus pés. Ainda, Alexandra Fedorovna não era de nacionalidade russa, e sim austríaca; sendo a Áustria uma das nações inimigas da Rússia. Isto levou a uma onda de suposições de que a czarina traía os ideais russos e sua aproximação com Rasputin, gerou também, boatos sobre uma suposta relação extra-conjugal da czarina.
Quando Nicolas retornou ao seu país, encontrou a população faminta e flagelada, a dinastia Romanov, seu trono e sua hombridade, sob contestação popular. Rasputin e Alexandra foram considerados pelo povo os maiores responsáveis por esta situação caótica. Aos olhos do povo, o místico era quem havia enfeitiçado e ludibriado os governantes visando apenas conforto social e poder político; a czarina era a traidora austríaca que levara ao declínio a nação que a acolheu.
Um paliativo para esta situação seria eliminar a presença de Rasputin, não apenas do palácio, mas de toda a Rússia. Desse modo, sem que Nicolas soubesse, foi engendrado pelos comandantes russos um meio de assassinar Rasputin. Participaram desta armação, o príncipe Felix Yussupov, um deputado de extrema-direita chamado Purishkevitch, o oficial Sukhotin, o médico Lazovert, e o grão-duque Dmitri, da própria família real.
O Assassinato
O plano consistia num convite do príncipe Felix Yussupov ao místico para que o visitasse em sua residência, sobre o canal do Mojka, um dos condutos que levava ao Rio Neva, em São Petersburgo. Nesta ocasião seria servido um jantar a Rasputin. Um dos argumentos era de que a esposa do príncipe, a bela Irene Alexandrovna, necessitava consultar-se com o sábio.
Atendendo ao convite, na noite de 16 de dezembro de 1916, Rasputin foi visitar Yussupov. O místico foi levado ao porão da mansão, onde lhe serviram o jantar, sob a alegação de que Irene logo iria vê-lo. Após uma série de brindes com vinho envenenado, o bruxo não suportou e caiu sobre um sofá e deslizou para o chão do aposento. Youssoupov, vendo Rasputin caído e supondo que estava morto, chamou os comparsas que aguardavam no andar de cima. Entretanto, mesmo após uma ingestão incrivelmente alta de veneno, o místico levantou-se do chão. Youssoupov disparou duas vezes contra Rasputin; Purishkevitch entrou no aposento e descarregou sua arma de fogo sobre o corpo do bruxo que ainda tentou estrangular o príncipe e fugir em seguida. Mas não suportou e sucumbiu. O corpo imóvel do bruxo foi amarrado e castrado; em seguida, jogado nas águas frias do Rio Neva, sendo encontrado três dias depois e enterrado. Em fevereiro do ano seguinte, o corpo foi exumado e queimado pela multidão. Dias depois, numa autópsia, o coração de Rasputin foi retirado e guardado na Academia Militar de Medicina. Em 1930, o coração sumiu misteriosamente.
Na ocasião de seu assassinato, o veneno não surtiu o efeito desejado, provavelmente, devido a uma cirrose que "filtrou" a substância e atenuou seu efeito no organismo. Na véspera do Natal de 1916, a czarina prestou-lhe uma homenagem fúnebre. Nos autos legais, o óbito foi citado como morte acidental.
Ainda, conta-se que Rasputin teria previsto sua morte e profetizado uma tragédia. Numa carta enviada ao czar, o bruxo dizia que se Nicolas ou algum de seus familiares tivesse a intenção de assassiná-lo, nem o czar nem ninguém de sua família viveria por mais de dois anos. O fato é que dezenove meses após a morte do místico, o czar e toda sua família foram executados por revolucionários bolchevistas.
Rasputin em um século
O homem chamado Grigori Yefimovich Novykhn, que assumiu, de forma irônica e desafiadora, o apelido pejorativo que lhe foi dado; foi um camponês que, sem cultura, poder político ou financeiro, alcançou um dos mais altos postos do governo russo.
Não é possível afirmar que realmente possuía "dons especiais" ou era apenas um hábil hipnotizador. Desde a data exata de seu nascimento, seu nível de instrução, ascensão e queda política, e até sua morte, são alvos de especulações. Mesmo se fosse um místico, ou um ser espiritualmente elevado, não deixou um tratado ou um livro referencial. Algumas fontes cogitam que Rasputin possuía um comportamento rude e pernicioso; mas era extremamente hábil em suas palavras e argumentos, fato que certamente foi um dos principais trunfos de sua vida.
Ainda, especula-se que chegou a conhecer pessoalmente o mago inglês Aleister Crowley (fundador da doutrina Thelema). Hipóteses menos confiáveis afirmam que o bruxo ainda vive e teria sido fotografado. Outro fato curioso é que o pênis de Rasputin, conservado em substâncias químicas, encontra-se exposto atualmente num museu erótico na cidade de São Petersburgo. Numa publicação recente, o livro "Rasputin: a última palavra", do historiador russo Edvard Radzinski, desmente alguns mitos, mas reafirma que houve um caso amoroso com Alexandra.
De qualquer forma, toda sua biografia é repleta de lacunas que dão vazão à divagações de estudiosos e de meros curiosos. Mas, certamente, são essas incertezas que fazem de Rasputin um dos personagens mais intrigantes e misteriosos da história recente da humanidade.
Por Spectrum
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ResponderExcluirParabéns, acabei de ler um livro que conta exatamente essa história, mas de forma paralela "Amor e São Petersburgo".
ResponderExcluirParabéns!
parabéns pela postagem!!!!
ResponderExcluirme ajudou na minha prova de história geral!!!
The Good Writer, agradece! =D