"Com a criação de Brasília, houve um grande fluxo migratório para a Nova Capital. Devido à sua característica básica de “cidade administrativa”, não pode ela, após sua consolidação, dar condições econômicas e sociais aos que a fizeram nascer, tendo em vista que a oferta de emprego não crescia na mesma proporção, numérica e qualitativa, face à demanda.
Paralelamente, desenvolviam-se, dentro do Plano Piloto, pequenos, mas inúmeros focos de “invasões”, na maioria das vezes em torno de canteiros de obra, ali permanecendo após a conclusão das mesmas.
Em 1969, com apenas nove anos de fundação, Brasília já tinha 70.128 favelados, que moravam em 14.607 barracos, em condições subumanas, para uma população prevista de 500 mil habitantes em todo o Distrito Federal. Naquele ano, foi realizado em Brasília um seminário sobre problemas sociais no Distrito Federal.
Foi assim que teve início a chamada pequena invasão do IAPI, que, posteriormente, somada aos agrupamentos favelados denominados Vila Tenório, Vila Esperança, Vila Bernardo Sayão, Vila Colombo, Morros do Querosene e do Urubu, Curral das Éguas e Placa das Mercedes, foi o favelamento mais gritante. Reconhecendo a gravidade do problema e suas conseqüências, o Governador Hélio Prates da Silveira (gaúcho de Passo Fundo) solicitou a erradicação das favelas à Secretaria de Serviços Sociais, comandada pelo potiguar Otomar Lopes Cardoso. No mesmo ano, foi criado um grupo de trabalho que mais tarde se transformou em Comissão de Erradicação de Favelas. Foi criada, então, em 1970, a Campanha de Erradicação das Invasões - CEI, órgão de remoção das referidas invasões, presidida pela primeira dama, a senhora Vera de Almeida Silveira.
A situação chegou a extremos em que se exigia uma providência. A solução adotada foi a de transferir todas as invasões para outra área, que já somava mais de 15 mil barracos e mais de 80 mil habitantes. A área escolhida, que antes pertenciam ao Município de Luziiânia, de propriedade da Fazenda Guariroba, e que parte do imóvel foi desapropriado pelo Estado de Goiás, transferido à União, era ocupada pelos Ministérios do Exército, da Aeronáutica e das Comunicações, foi cedida ao Governo do Distrito Federal para a implantação da nova cidade.
Em 27 de março de 1971, o Governador Hélio Prates da Silveira lançava a pedra fundamental da nova cidade, no local onde está a Caixa D`Água. Às nove horas daquele sábado, tinha início também o processo de assentamento das vinte primeiras famílias da invasão do IAPI. O Secretário Otomar Lopes Cardoso deu à nova localidade o nome de Ceilândia, inspirado na sigla "CEI" e na palavra de origem norte-americana "lândia", que significa cidade (o sufixo inglês estava na moda). Foi oficializado, na chegada das famílias ao assentamento, um culto ecumênico em ação de graças. A primeira família assentada, é a da senhora Edite Martins, mãe de três filhos menores e que recebia salário de 170 cruzeiros, na época. Esta família foi assentada na QNM 23, conjunto "P", lote 12, Ceilândia Sul.
A primeira vez que um ônibus fez a linha Ceilândia-Plano Piloto foi em 28 de março de 1971, um dia após a chegada da primeira família. Era um coletivo da TCB e o preço da passagem custou 60 centavos. Em 2 de abril de 1971, nascia, de parto normal, o primeiro ceilandense, Clébio Danton Melo Pontes, filho de Maria Eliete de Melo Pontes e Manuel da Ponte. Clébio se chamaria Ceilândio, mas graças a interferência do assistente social Reinaldo Pitanga, o pai do menino mudou de idéia.
A primeira coleta de lixo foi feita pelos garis Sebastião José Lourenço, Armando Campos Sobral e Antônio da Silva Sobrinho, em 31 de março, sob a coordenação do Serviço de Limpeza Urbana, com base em Taguatinga, e tendo como veículo de transporte o caminhão de placa 8547, conduzido por Amadeu Pereira da Silva.
Em 1971, já estavam demarcados 17.619 lotes, medindo 10x25 metros, numa área de 20 quilômetros quadrados. A NOVACAP fez a demarcação em 97 dias, com início em 15 de outubro de 1970. Em nove meses, a transferência das famílias estava concluída, com as ruas abertas de acordo com o projeto urbanístico, de autoria do arquiteto Ney Gabriel de Souza, com dois eixos cruzados em ângulo de 90 graus, formando a figura de um barril. Nos primeiros tempos foi um drama. A população carecia de água, de iluminação pública, de transporte coletivo, e lutava contra a poeira, a lama e as enxurradas."
Paralelamente, desenvolviam-se, dentro do Plano Piloto, pequenos, mas inúmeros focos de “invasões”, na maioria das vezes em torno de canteiros de obra, ali permanecendo após a conclusão das mesmas.
Em 1969, com apenas nove anos de fundação, Brasília já tinha 70.128 favelados, que moravam em 14.607 barracos, em condições subumanas, para uma população prevista de 500 mil habitantes em todo o Distrito Federal. Naquele ano, foi realizado em Brasília um seminário sobre problemas sociais no Distrito Federal.
Foi assim que teve início a chamada pequena invasão do IAPI, que, posteriormente, somada aos agrupamentos favelados denominados Vila Tenório, Vila Esperança, Vila Bernardo Sayão, Vila Colombo, Morros do Querosene e do Urubu, Curral das Éguas e Placa das Mercedes, foi o favelamento mais gritante. Reconhecendo a gravidade do problema e suas conseqüências, o Governador Hélio Prates da Silveira (gaúcho de Passo Fundo) solicitou a erradicação das favelas à Secretaria de Serviços Sociais, comandada pelo potiguar Otomar Lopes Cardoso. No mesmo ano, foi criado um grupo de trabalho que mais tarde se transformou em Comissão de Erradicação de Favelas. Foi criada, então, em 1970, a Campanha de Erradicação das Invasões - CEI, órgão de remoção das referidas invasões, presidida pela primeira dama, a senhora Vera de Almeida Silveira.
A situação chegou a extremos em que se exigia uma providência. A solução adotada foi a de transferir todas as invasões para outra área, que já somava mais de 15 mil barracos e mais de 80 mil habitantes. A área escolhida, que antes pertenciam ao Município de Luziiânia, de propriedade da Fazenda Guariroba, e que parte do imóvel foi desapropriado pelo Estado de Goiás, transferido à União, era ocupada pelos Ministérios do Exército, da Aeronáutica e das Comunicações, foi cedida ao Governo do Distrito Federal para a implantação da nova cidade.
Em 27 de março de 1971, o Governador Hélio Prates da Silveira lançava a pedra fundamental da nova cidade, no local onde está a Caixa D`Água. Às nove horas daquele sábado, tinha início também o processo de assentamento das vinte primeiras famílias da invasão do IAPI. O Secretário Otomar Lopes Cardoso deu à nova localidade o nome de Ceilândia, inspirado na sigla "CEI" e na palavra de origem norte-americana "lândia", que significa cidade (o sufixo inglês estava na moda). Foi oficializado, na chegada das famílias ao assentamento, um culto ecumênico em ação de graças. A primeira família assentada, é a da senhora Edite Martins, mãe de três filhos menores e que recebia salário de 170 cruzeiros, na época. Esta família foi assentada na QNM 23, conjunto "P", lote 12, Ceilândia Sul.
A primeira vez que um ônibus fez a linha Ceilândia-Plano Piloto foi em 28 de março de 1971, um dia após a chegada da primeira família. Era um coletivo da TCB e o preço da passagem custou 60 centavos. Em 2 de abril de 1971, nascia, de parto normal, o primeiro ceilandense, Clébio Danton Melo Pontes, filho de Maria Eliete de Melo Pontes e Manuel da Ponte. Clébio se chamaria Ceilândio, mas graças a interferência do assistente social Reinaldo Pitanga, o pai do menino mudou de idéia.
A primeira coleta de lixo foi feita pelos garis Sebastião José Lourenço, Armando Campos Sobral e Antônio da Silva Sobrinho, em 31 de março, sob a coordenação do Serviço de Limpeza Urbana, com base em Taguatinga, e tendo como veículo de transporte o caminhão de placa 8547, conduzido por Amadeu Pereira da Silva.
Em 1971, já estavam demarcados 17.619 lotes, medindo 10x25 metros, numa área de 20 quilômetros quadrados. A NOVACAP fez a demarcação em 97 dias, com início em 15 de outubro de 1970. Em nove meses, a transferência das famílias estava concluída, com as ruas abertas de acordo com o projeto urbanístico, de autoria do arquiteto Ney Gabriel de Souza, com dois eixos cruzados em ângulo de 90 graus, formando a figura de um barril. Nos primeiros tempos foi um drama. A população carecia de água, de iluminação pública, de transporte coletivo, e lutava contra a poeira, a lama e as enxurradas."
Nenhum comentário:
Postar um comentário