MINICURSO: Elaboração de Projetos e Fomento para a Área Museológica (Ministrante: Átila Tolentino, especialista em gestão de políticas públicas de cultura e em gestão governamental, atua na Superintendência do IPHAN na Paraíba, e André Resende, especialista em gestão de políticas públicas de cultura e Chefe da Coordenação de Fomento e Financiamento do Ibram)
Antenado com as novidades conceituais e metodológicas que são a vanguarda nas ações educacionais no Brasil, nosso caro professor Átila Tolentino - jovem que ocupa cargo nas altas esferas do IPHAN – deixou de lado a aula expositiva e pôs em prática uma “dinâmica conceitual”: propôs aos participantes que respondessem questões como “o que é museu” e “qual o papel dos museus na sociedade”. A platéia mostrou-se ávida em participar, e assim foram-se construindo conceitos.
Se os métodos pedagógicos são modernos, o mesmo pode-se afirmar sobre os conceitos apresentados. A área de museologia sofre, à semelhança com a história e as outras ciências sociais, um intenso processo de revisão. Museus deixam de ser apenas o espaço onde se guardam e expõe coisas antigas, deixa de ser visto como uma representação fiel do passado. Passam a ser vistos como espaços de discussão e tem seus discursos explicitados. Um exemplo talvez ajude a ilustrar melhor essas novas concepções. O Museu Paulista possui, em seu acervo, diversas peças de mobiliário, vestuário e outros itens do século XIX. Esse material, dentro da nova ótica, deixa de ser visto como mera vitrine do passado, e passa a ser entendido como ponto de partida para discussões sobre a realidade socio-econômica da época que os produziu, suscitando questionamentos a respeito das relações entre as pessoas, e mesmo dos humanos com a natureza. Além disso, são cada vez mais comuns museus que tem como missão resgatar a cultura de comunidades antes não contempladas por tais instituições, como índios, quilombolas, moradores de periferias, imigrantes, etc.
No segundo módulo, buscou-se uma abordagem histórica a respeito das políticas públicas em relação à cultura no Brasil. Usando uma esquematização proposta por José Álvares Moisés, Átila apresentou o trajeto da política cultural brasileira dividida em 4 fases: uma do período imperial, encabeçada por ações de D. João e D. Pedro II (criação das primeiras insitituições culturais oficiais como Jardim Botânico, Real Biblioteca e Museu Real), uma caracterizada pelas ações do Estado Novo (que criou um aparato estatal com o intuito de interferir e gerir a cultura nacional), uma ligada ao governo militar (que subordinou a cultura aos interesses econômicos, vinculando-a ao desenvolvimento tecnológico e se aproximando da classe média) e, por fim, o último estágio que se iniciou em 1985 e dura até os nosso dias (marcado pelo sucateamento total na Era Collor e a lenta recuperação a partir do século XXI).
No terceiro módulo, introduziu-se o cerne do minicurso: como elaborar projetos para museus. Grande parte da discussão se concentrou no tema “fomento”: buscar recursos é uma das atividades centrais dos museus atualmente. Eles podem vir de três fontes: recursos do MinC, através do FNC (Fundo Nacional de Cultura), através de recursos captados pela lei Rouanet (onde empresas privadas concedem patrocínio mediante renúncia fiscal) e o mecenato. As discussões foram bastante acaloradas, uma vez que parte grande da audiência era formada por profissionais de museus que lutam , dia a dia, para conseguir fundos para seus projetos. Uma vez que o professor é um dos que ajudam a decidir sobre a aprovação dos pleitos, houve extensa seção de perguntas sobre dúvidas bastante específicas.
O curso em questão foi bastante proveitoso, uma vez que tratou de temas essenciais para o profissional de museu e permitiu a tomada de consciência sobre o perfil de atuação esperado.
Se os métodos pedagógicos são modernos, o mesmo pode-se afirmar sobre os conceitos apresentados. A área de museologia sofre, à semelhança com a história e as outras ciências sociais, um intenso processo de revisão. Museus deixam de ser apenas o espaço onde se guardam e expõe coisas antigas, deixa de ser visto como uma representação fiel do passado. Passam a ser vistos como espaços de discussão e tem seus discursos explicitados. Um exemplo talvez ajude a ilustrar melhor essas novas concepções. O Museu Paulista possui, em seu acervo, diversas peças de mobiliário, vestuário e outros itens do século XIX. Esse material, dentro da nova ótica, deixa de ser visto como mera vitrine do passado, e passa a ser entendido como ponto de partida para discussões sobre a realidade socio-econômica da época que os produziu, suscitando questionamentos a respeito das relações entre as pessoas, e mesmo dos humanos com a natureza. Além disso, são cada vez mais comuns museus que tem como missão resgatar a cultura de comunidades antes não contempladas por tais instituições, como índios, quilombolas, moradores de periferias, imigrantes, etc.
No segundo módulo, buscou-se uma abordagem histórica a respeito das políticas públicas em relação à cultura no Brasil. Usando uma esquematização proposta por José Álvares Moisés, Átila apresentou o trajeto da política cultural brasileira dividida em 4 fases: uma do período imperial, encabeçada por ações de D. João e D. Pedro II (criação das primeiras insitituições culturais oficiais como Jardim Botânico, Real Biblioteca e Museu Real), uma caracterizada pelas ações do Estado Novo (que criou um aparato estatal com o intuito de interferir e gerir a cultura nacional), uma ligada ao governo militar (que subordinou a cultura aos interesses econômicos, vinculando-a ao desenvolvimento tecnológico e se aproximando da classe média) e, por fim, o último estágio que se iniciou em 1985 e dura até os nosso dias (marcado pelo sucateamento total na Era Collor e a lenta recuperação a partir do século XXI).
No terceiro módulo, introduziu-se o cerne do minicurso: como elaborar projetos para museus. Grande parte da discussão se concentrou no tema “fomento”: buscar recursos é uma das atividades centrais dos museus atualmente. Eles podem vir de três fontes: recursos do MinC, através do FNC (Fundo Nacional de Cultura), através de recursos captados pela lei Rouanet (onde empresas privadas concedem patrocínio mediante renúncia fiscal) e o mecenato. As discussões foram bastante acaloradas, uma vez que parte grande da audiência era formada por profissionais de museus que lutam , dia a dia, para conseguir fundos para seus projetos. Uma vez que o professor é um dos que ajudam a decidir sobre a aprovação dos pleitos, houve extensa seção de perguntas sobre dúvidas bastante específicas.
O curso em questão foi bastante proveitoso, uma vez que tratou de temas essenciais para o profissional de museu e permitiu a tomada de consciência sobre o perfil de atuação esperado.
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