quarta-feira, 14 de julho de 2010

Brasília 2

E que tal uma outra visão de Brasília? Uma em que professores relatam que seus alunos, jovens da periferia (cidades satélites), e mesmo adultos dessas áreas não conhecem ainda o Plano Piloto? Que relatam a origem do nome Ceilândia (a maior das cidades satélites), que veio de CEI - Campanha de Erradicação das Invasões... Invasões que começaram depois que os operários envolvidos na construção da cidade e suas famílias foram dispensados como resíduo inútil. Ou de como esses mesmos operários e suas famílias tiveram que lutar para conseguir um espaço de memória, sediado agora no Museu da Memória Candanga.

A história de Brasília que nós, de outras regiões, conhecemos, é aquela que celebra a genialidade de Lúcio Costa e de Oscar Niemayer, a capacidade e visão de futuro de Kubitscheck, o martírio de Israel Pinheiro. Ninguém quer ver a outra história, a dos que acorreram de todos os cantos para dar sua contribuição em suor e sangue para a construção dessa capital, nem a história da natureza que teve que ceder seu espaço para a Novacap. Nem a história do que aconteceu depois de 21 de abril de 1960, até os dias de hoje. Esta cidade, que comemora 50 anos, está assentada sobre o sacrifício de milhares, que diariamente viajam quilômetros para servir, proteger, limpar, consertar...

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