Alguns conceitos precisam ser trabalhados para que os alunos dessa série consiga resolver as atividades do Caderno do Aluno. Entre elas, as noções de nomadismo e sedentarismo e as fases da pré-história. O texto abaixo foi modificado a partir do original, cuja fonte é citada, e serve para introduzir esses elementos.
PALEOLÍTICO
O paleolítico abrange cerca de 99% do tempo de existência das sociedades humanas. Seu início é marcado pelo surgimento dos primeiros hominídeos e estende-se aproximadamente até 8000 a.C.
Durante esse período os seres humanos de diferentes regiões do mundo confeccionaram suas primeiras ferramentas – instrumentos feitos de madeira, ossos, chifres e pedras lascadas.
Nessa época os seres humanos ainda não produziam seus alimentos, isto é, não cultivavam plantas nem criavam animais. Consumiam o que encontravam na natureza como frutos, grãos e raízes, e o que caçavam e pescavam. Quando se esgotavam os alimentos da região que habitavam, mudavam-se para outra. Por isso, foram denominados caçadores-coletores e nômades.
O controle do fogo foi uma das maiores conquistas desse período, permitindo aos seres humanos suportar o frio, afastar animais perigosos e cozinhar alimentos. Supõe-se que, a princípio, procuraram manter aceso o fogo provocado ocasionalmente pelas forças da natureza, e mais tarde aprenderam a produzi-lo pelo atrito de pedaços de madeira, lascas de pedra, etc. Os grupos humanos aperfeiçoaram técnicas para proteger-se dos rigores do clima, construindo abrigos e roupas com peles de animais. Além disso, aprimoraram e diversificaram a produção de instrumentos e utensílios como lanças, arcos e flechas, arpões, lâminas e anzóis. O uso cada vez mais generalizado de instrumentos é um dos principais fatores que distinguiram os seres humanos dos demais animais.
Para melhor garantir a sobrevivência, as sociedades dos caçadores –coletores foram estabelecendo formas de cooperação e divisões de tarefas entre os membros do grupo. Com a cooperação. Conseguiam, por exemplo, construir abrigos em menor tempo ou desenvolver táticas de caça em conjunto.
NEOLÍTICO
A denominação neolítico se refere ao período em que a pedra recebeu uma nova forma de tratamento: antes lascada, passou a ser polida, sendo melhorado o fio de seu corte. Por esse motivo, o neolítico também é conhecido como Idade da Pedra Polida, enquanto o Paleolítico é chamado de Idade da Pedra Lascada.
Nesse período, tiveram início novos modos de relacionamento entre os seres humanos e a natureza. Eles passaram a interferir de forma ativa no ambiente, cultivando plantas, domesticando e criando animais. Começaram assim a produzir sua própria alimentação. A vida sedentária foi sendo adotada aos poucos, à medida que as atividades agrícolas e pastoris se consolidavam. Esse novo modo de vida, que se caracterizou pelo desenvolvimento da agricultura, da criação de animais e das aldeias sedentárias, ocorreu em diversas partes do planeta, mas em diferentes épocas. Calcula-se que começou a ocorrer por volta de 8000 a.C. no Oriente Próximo, e em cerca de 2500 a.C. na América Central. Os tipos de plantação variavam de uma região para outra, destacando-se as espécies vegetais como trigo, centeio, cevada, milho, batata, mandioca e arroz, entre outras. Os animais criados foram principalmente carneiros, cabras, bois e porcos. Com o domínio dessas técnicas, muitas comunidades puderam produzir mais alimentos que o necessário ao consumo imediato, passando, assim, a fazer estoques.
Outras inovações surgidas no neolítico foram a cerâmica (modelagem e cozimento de argila) e a tecelagem (produção de tecidos a partir de fibras vegetais e pêlos de animais).
As primeiras aldeias sedentárias surgiram quando as comunidades neolíticas se estabeleceram num território, dedicando-se predominantemente à criação de animais e ao cultivo agrícola. Nas aldeias, a população cresceu e ampliou-se a oferta de alimentos. A vida social foi se tornando mais complexa: a divisão do trabalho se ampliou. Por exemplo, uma pessoa com habilidade para fazer cerâmica podia trocar seus potes por alimentos, e assim, empregar a maior parte de seu dia produzindo cerâmica. Isso aos poucos aconteceu com outros tipos de trabalho, e foram-se constituindo atividades específicas, como as de tecelão, de sacerdote e, mais tarde, de metalúrgico. Algumas dessas aldeias foram incorporando à sua organização social novos elementos, como por exemplo, uma muralha protetora, um templo para o culto aos deuses ou um armazém para conservar os alimentos. Isso faz parte do processo de surgimento das primeiras cidades.
METALURGIA
Por volta de 4000 a.C., as primeiras sociedades urbanas do Oriente Próximo começaram a desenvolver a metalurgia, que consiste na utilização de metais para a fabricação dos mais variados objetos. O primeiro metal a ser fundido em larga escala foi o cobre. Sua utilização, porém, não eliminou os instrumentos de pedra, que foram sendo substituídos muito lentamente. Misturando cobre com estanho, o ser humano conseguiu obter o bronze, metal mais resistente que o cobre, empregado na fabricação de instrumentos como espadas, lanças e martelos. Por volta de 1500 a.C. alguns povos desenvolveram a metalurgia do ferro, e a nova técnica foi difundida. Os instrumentos de ferro possibilitaram significativo aumento da produção artesanal e agrícola. O desenvolvimento da metalurgia representou enorme conquista tecnológica, pois possibilitou a produção de instrumentos e objetos resistentes, das mais variadas formas. Os metais, em geral, são tão duros quanto a pedra, mas podem ser modelados na forma que se desejar, por meio da infusão (derretimento pela ação do calor intenso). Assim tornou-se possível confeccionar panelas, vasos, enxadas, machados, pregos, agulhas, facas e lanças de meta, entre outros objetos. O trabalho metalúrgico exigia habilidade, conhecimentos especializados e disponibilidade de tempo.
Características das sociedades civilizadas
Aparecimento de grupos sociais – com o surgimento de ricos e pobres, exploradores e explorados, foram se estabelecendo diferenças entre as pessoas, o que formou grupos sociais distintos.
Formação do Estado – organizou-se um governo para administrar a sociedade e controlar a força militar (exército).
Divisão Social do Trabalho – as atividades foram divididas entre os membros da sociedade, surgindo trabalhadores especializados (metalúrgicos, ceramistas, barqueiros, vidraceiros, agricultores, pastores, sacerdotes, comandantes militares etc.)
Aumento da Produção Econômica – o desenvolvimento das técnicas agrícolas e pecuárias e do artesanato propiciou o crescimento da produção econômica. Além do necessário consumo imediato, as sociedades começaram a produzir excedentes, armazenando vários produtos para a troca comercial.
Registros Escritos - acompanhando a organização das primeiras cidades, desenvolveram-se a escrita, a numeração, o calendário e um sistema de pesos e medidas.
Relações sociais
Das primeiras comunidades às sociedades civilizadas, as relações sociais sofreram grandes mudanças.
Nas primeiras comunidades, as relações sociais baseavam-se nos laços de parentesco, nos usos e costumes comuns, na cooperação entre os membros do grupo. O alimento, a terra, o rebanho compunham propriedades coletivas da comunidade.
Nas sociedades civilizadas, quase todos esses elementos se modificaram. A cooperação foi substituída pela competição social, surgindo a propriedade privada da terra e de outros bens. O acúmulo desigual de bens materiais pelos indivíduos passou a diferenciar as pessoas, surgindo então relações de poder entre ricos e pobres. Criou-se um estado governado por uma minoria, detentora dos poderes econômico (riqueza), político (força) e ideológico (saber).
Fonte do texto: COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral. Editora Saraiva: São Paulo, 2007.
O paleolítico abrange cerca de 99% do tempo de existência das sociedades humanas. Seu início é marcado pelo surgimento dos primeiros hominídeos e estende-se aproximadamente até 8000 a.C.
Durante esse período os seres humanos de diferentes regiões do mundo confeccionaram suas primeiras ferramentas – instrumentos feitos de madeira, ossos, chifres e pedras lascadas.
Nessa época os seres humanos ainda não produziam seus alimentos, isto é, não cultivavam plantas nem criavam animais. Consumiam o que encontravam na natureza como frutos, grãos e raízes, e o que caçavam e pescavam. Quando se esgotavam os alimentos da região que habitavam, mudavam-se para outra. Por isso, foram denominados caçadores-coletores e nômades.
O controle do fogo foi uma das maiores conquistas desse período, permitindo aos seres humanos suportar o frio, afastar animais perigosos e cozinhar alimentos. Supõe-se que, a princípio, procuraram manter aceso o fogo provocado ocasionalmente pelas forças da natureza, e mais tarde aprenderam a produzi-lo pelo atrito de pedaços de madeira, lascas de pedra, etc. Os grupos humanos aperfeiçoaram técnicas para proteger-se dos rigores do clima, construindo abrigos e roupas com peles de animais. Além disso, aprimoraram e diversificaram a produção de instrumentos e utensílios como lanças, arcos e flechas, arpões, lâminas e anzóis. O uso cada vez mais generalizado de instrumentos é um dos principais fatores que distinguiram os seres humanos dos demais animais.
Para melhor garantir a sobrevivência, as sociedades dos caçadores –coletores foram estabelecendo formas de cooperação e divisões de tarefas entre os membros do grupo. Com a cooperação. Conseguiam, por exemplo, construir abrigos em menor tempo ou desenvolver táticas de caça em conjunto.
NEOLÍTICO
A denominação neolítico se refere ao período em que a pedra recebeu uma nova forma de tratamento: antes lascada, passou a ser polida, sendo melhorado o fio de seu corte. Por esse motivo, o neolítico também é conhecido como Idade da Pedra Polida, enquanto o Paleolítico é chamado de Idade da Pedra Lascada.
Nesse período, tiveram início novos modos de relacionamento entre os seres humanos e a natureza. Eles passaram a interferir de forma ativa no ambiente, cultivando plantas, domesticando e criando animais. Começaram assim a produzir sua própria alimentação. A vida sedentária foi sendo adotada aos poucos, à medida que as atividades agrícolas e pastoris se consolidavam. Esse novo modo de vida, que se caracterizou pelo desenvolvimento da agricultura, da criação de animais e das aldeias sedentárias, ocorreu em diversas partes do planeta, mas em diferentes épocas. Calcula-se que começou a ocorrer por volta de 8000 a.C. no Oriente Próximo, e em cerca de 2500 a.C. na América Central. Os tipos de plantação variavam de uma região para outra, destacando-se as espécies vegetais como trigo, centeio, cevada, milho, batata, mandioca e arroz, entre outras. Os animais criados foram principalmente carneiros, cabras, bois e porcos. Com o domínio dessas técnicas, muitas comunidades puderam produzir mais alimentos que o necessário ao consumo imediato, passando, assim, a fazer estoques.
Outras inovações surgidas no neolítico foram a cerâmica (modelagem e cozimento de argila) e a tecelagem (produção de tecidos a partir de fibras vegetais e pêlos de animais).
As primeiras aldeias sedentárias surgiram quando as comunidades neolíticas se estabeleceram num território, dedicando-se predominantemente à criação de animais e ao cultivo agrícola. Nas aldeias, a população cresceu e ampliou-se a oferta de alimentos. A vida social foi se tornando mais complexa: a divisão do trabalho se ampliou. Por exemplo, uma pessoa com habilidade para fazer cerâmica podia trocar seus potes por alimentos, e assim, empregar a maior parte de seu dia produzindo cerâmica. Isso aos poucos aconteceu com outros tipos de trabalho, e foram-se constituindo atividades específicas, como as de tecelão, de sacerdote e, mais tarde, de metalúrgico. Algumas dessas aldeias foram incorporando à sua organização social novos elementos, como por exemplo, uma muralha protetora, um templo para o culto aos deuses ou um armazém para conservar os alimentos. Isso faz parte do processo de surgimento das primeiras cidades.
METALURGIA
Por volta de 4000 a.C., as primeiras sociedades urbanas do Oriente Próximo começaram a desenvolver a metalurgia, que consiste na utilização de metais para a fabricação dos mais variados objetos. O primeiro metal a ser fundido em larga escala foi o cobre. Sua utilização, porém, não eliminou os instrumentos de pedra, que foram sendo substituídos muito lentamente. Misturando cobre com estanho, o ser humano conseguiu obter o bronze, metal mais resistente que o cobre, empregado na fabricação de instrumentos como espadas, lanças e martelos. Por volta de 1500 a.C. alguns povos desenvolveram a metalurgia do ferro, e a nova técnica foi difundida. Os instrumentos de ferro possibilitaram significativo aumento da produção artesanal e agrícola. O desenvolvimento da metalurgia representou enorme conquista tecnológica, pois possibilitou a produção de instrumentos e objetos resistentes, das mais variadas formas. Os metais, em geral, são tão duros quanto a pedra, mas podem ser modelados na forma que se desejar, por meio da infusão (derretimento pela ação do calor intenso). Assim tornou-se possível confeccionar panelas, vasos, enxadas, machados, pregos, agulhas, facas e lanças de meta, entre outros objetos. O trabalho metalúrgico exigia habilidade, conhecimentos especializados e disponibilidade de tempo.
Características das sociedades civilizadas
Aparecimento de grupos sociais – com o surgimento de ricos e pobres, exploradores e explorados, foram se estabelecendo diferenças entre as pessoas, o que formou grupos sociais distintos.
Formação do Estado – organizou-se um governo para administrar a sociedade e controlar a força militar (exército).
Divisão Social do Trabalho – as atividades foram divididas entre os membros da sociedade, surgindo trabalhadores especializados (metalúrgicos, ceramistas, barqueiros, vidraceiros, agricultores, pastores, sacerdotes, comandantes militares etc.)
Aumento da Produção Econômica – o desenvolvimento das técnicas agrícolas e pecuárias e do artesanato propiciou o crescimento da produção econômica. Além do necessário consumo imediato, as sociedades começaram a produzir excedentes, armazenando vários produtos para a troca comercial.
Registros Escritos - acompanhando a organização das primeiras cidades, desenvolveram-se a escrita, a numeração, o calendário e um sistema de pesos e medidas.
Relações sociais
Das primeiras comunidades às sociedades civilizadas, as relações sociais sofreram grandes mudanças.
Nas primeiras comunidades, as relações sociais baseavam-se nos laços de parentesco, nos usos e costumes comuns, na cooperação entre os membros do grupo. O alimento, a terra, o rebanho compunham propriedades coletivas da comunidade.
Nas sociedades civilizadas, quase todos esses elementos se modificaram. A cooperação foi substituída pela competição social, surgindo a propriedade privada da terra e de outros bens. O acúmulo desigual de bens materiais pelos indivíduos passou a diferenciar as pessoas, surgindo então relações de poder entre ricos e pobres. Criou-se um estado governado por uma minoria, detentora dos poderes econômico (riqueza), político (força) e ideológico (saber).
Fonte do texto: COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral. Editora Saraiva: São Paulo, 2007.
legal
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