[...]
estive me perguntando porque e para quem é necessária essa exposição? Hitler é
hoje um homem sem a mínima significação universal, um homem morto; não há mais
interesse para aquilo o que essa criatura nefasta para o mundo tenha pensado ou
pense (mas é certo que ele não tem mais tempo e fôlego para isso) sobre os
artistas de vanguarda ou sobre a arte e os artistas em geral. Para que, então,
lembrar ainda hoje a existência de Hitler?
“Apenas
quero chamar mais uma vez a sua atenção sobre a necessidade absoluta de expor
unicamente trabalhos mais equilibrados, sem grandes deformações e exageros, de
compreensão mais fácil para o público, a fim de que se produzam efeitos no
sentido de que o senhor procura obter. Não sendo assim, o sentido seria
facilmente contraproducente”.
(Lasar
Segall, em carta a Miécio Askanasy, polonês refugiado no Rio de Janeiro e dono
da Galeria Askanasy, 9 de fevereiro de 1945. ALS 03066)
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