É
incrível! Mesmo em recessão, com queda do PIB e da arrecadação pública,
fechamento de milhares de empresas e 13 milhões de desempregados, o
discurso oficial dos governistas é de que o Brasil “segue firme no
caminho da recuperação e que já começam a despontar os sinais de
melhora”.
Versão, aliás, bondosa e
acriticamente replicada pela maioria dos meios de comunicação, em
absoluto contraste com o tratamento dispensado ao governo Dilma.
A
queda da inflação, por exemplo, tem sido apresentada como um feito
desse governo. Além dos fundamentos já terem sido enfrentados
anteriormente, é natural que, com a economia derretendo e o desemprego
estratosférico, se caminhe até para a deflação.
Mas
a generosidade midiática não se encerra nesse episódio. Como se vê, nem
sempre os fatos merecem o mesmo tratamento dos meios de comunicação.
Quando a aprovação de Dilma caiu a 10%, em uníssono foi decretada a
inviabilidade de seu governo. Mas quando Temer fica abaixo de 10%, a
notícia se transforma em nota de rodapé.
O
que explica essa diferença de tratamento? É simples. A boa vontade da
classe dominante em relação aos governos não está calcada na realidade
dos fatos, e sim no quanto a política econômica e social daquele governo
atende aos seus objetivos e expectativas.
Não
por acaso, os números da pesquisa CNT/MDA, que revelam crescimento
acentuado da rejeição a Michel Temer (62%) e destacada liderança do
ex-presidente Lula em todas as simulações para 2018, foram solenemente
ignorados pela maioria dos meios de comunicação.
Loteiam
impunemente cargos, sem qualquer critério técnico, como revelou o
ministro da Casa Civil, visando a garantir uma maioria acrítica que lhes
permita aprovar a agenda neoliberal do golpe: parar a Lava Jato,
entregar o patrimônio público aos estrangeiros e retirar direitos dos
trabalhadores.
Sabemos, todavia, que a
retomada do crescimento só será possível ampliando investimentos em
infraestrutura e no social. Infelizmente, a atual política fiscal está
na contramão dessa perspectiva, sobretudo quanto à política de inclusão e
combate às desigualdades sociais e regionais.
A
opção político-econômica adotada pelo governo agravará ainda mais a
situação. Congelar gastos públicos no social e em infraestrutura, fazer
reformas (Previdência e trabalhista) que suprimem direitos dos
assalariados e dos mais humildes, flexibilizar políticas de conteúdo
nacional e tentar vender terras na Amazônia a estrangeiros são uma
agressão aberta ao povo e a nossa soberania.
Melhorou para quem? Certamente não foi para a maioria da nossa gente.
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