quinta-feira, 4 de agosto de 2016

OBJECTIVO ADJECTIVO [soneto 4.131] - Glauco Mattoso

Chamaram-me de tanta coisa, até
maldito e marginal, que “pós-maldito”
não basta a um pós-moderno e já nem cito
tal rótulo, senão me falta um “pré”...
 
Sou meio “barroquista” porque fé
professo no barroco e noutro mito,
o contracultural. Jamais omito
que sou “pornosiano” e afeito ao pé.

Mas “desiluminista” também não
explica esta cegueira, como nem
por ser “desumanista” encarno o Cão.

“Anarcomasoquista” talvez bem
me sirva... Outros, por certo, servirão,
si um cego sonetista seja alguém.

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