Na primeira fase do desenvolvimento histórico da imprensa, vendiam-se notícias; na segunda, opiniões, e na terceira, leitores. Ou seja, o verdadeiro produto de um jornal passou a ser o seu público leitor, que é vendido para os anunciantes; o tamanho e a composição desse público determinam o preço dos anúncios, que supera de tal forma os custos de produção do jornal que o preço de venda de uma edição pode ser fixado num patamar muito inferior aos custos totais de produção da parte redacional. No entanto, o leitor paga um preço adicional e não declarado por isso: visto que o jornal passa a ser sobretudo um negócio, o dono do jornal tomará medidas para que seus redatores não intimidem os anunciantes com notícias comercialmente inconvenientes nem afugentem os potenciais clientes desses anunciantes. A consequência disso é a restrição da crítica e a progressiva redução das possibilidades de emancipação desse leitor.
Renato Zwick, citando Jochen Stremmel
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