Às vezes devagar
nunca parado
lá
vou
eu
A luz vermelha
pode exigir
talvez
um pé no chão,
um toque na transmissão,
a ação simultânea
da mão esquerda
e do pé direito
a luz verde se acende
até que a luz verde se acenda.
Quando uma brilha no ar
se apaga a outra
no painel.
no painel.
Estranhas luzes verdes que nunca se encontram.
Lá
vou
eu
O poder de voar
sob o toque
dos dedos.
dos dedos.
A troca ritmada de marchas
para cima
para baixo
compondo de improviso
a melodia das ruas
no sopro do metal.
Sopro incansável,
sopro mecânico
interminável.
Para um,
começa outro
dia e noite,
a canção infinita.
Lá
vou
eu
Negociando com retrovisores
espantando invasores
com a rajada sônica
que faz
acordar
irritado
o Condutor
distraído
que viaja indiferente
a cara azul
da luz que vem
da palma da mão.
Esquecido de que
na nesga
que sobra
de asfalto
entre os
carros
pisando a faixa
branca
seguem
céleres
borrachas
ansiosas
vacilantes
e frágeis
joelhos
tíbias
fíbulas
fêmures
expostos
a carne
ligeira e
atenta
esperta
desperta
nervosa.
A pobre carne
que alimenta a
cidade
que
que
viaja
sobre
duas
rodas
Sístole para o centro
Diástole para as bordas
todo dia
exceto domingos
e feriados
(anóxia temporária)
Lá
vou
eu
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