“Comumente
associados a dispositivos disciplinares que determinam o que deve ser
conhecido, os museus também são tomados como espaços de memória e dogmatização
e como instituições representantes das elites e seus valores dominantes. Ao
considerar os aspectos políticos e ideológicos inerentes às atividades de
seleção, preservação e exposição de objetos, é possível compreender as
performances culturais que essas instituições efetuam e a maneira com que estão
relacionadas com as narrativas patrimoniais produzidas em cidades históricas.Assim,
uma compreensão mais detalhada do papel performático que essas instituições
desempenham ao produzir significados e discursos de representação, contribui
para uma reflexão crítica acerca do papel social dos museus e para a elaboração
de processos museológicos que contemplem a diversidade cultural. Não
obstante as considerações sobre a nova Museologia terem ampliado
significativamente a margem de ação dos museus, promovendo a maior participação
da comunidade nos processos museológicos realizados, o que se vê ainda são
modelos de museus que não se atentam para a retribuição democrática das
heranças culturais que essas instituições salvaguardam. As performances
culturais que executam ao colocarem em prática o processo museológico,
frequentemente se encontram desconectadas dos usos sociais do patrimônio não
produzindo ressonância frente a comunidade local, caracterizando-se mais como
espetáculos a favor da dogmatização e homogeneização culturais.
Mana Marques Rosa,
SISTEMA
MUSEOLÓGICO: POR UMA ETNOGRAFIA DOS MUSEUS NA CIDADE DE GOIÁS (GO). Dissertação
(Mestrado) apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da
Universidade Federal de Goiás (PPGAS/UFG); GOIÂNIA, 2016.
p. 121-122.
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