domingo, 1 de janeiro de 2023

Subimos

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Uns pensamento

(fr)ágil (ou “não buzine, acorde mais cedo”) o chão é duro sua retrovisão ameaça minha mão “corredor” não significa que se deve correr Tenho uma raiva genuína Odeio seu fedor de gasolina Odeio sua mania de buzina Odeio seus rios de bosta e urina Odeio sua pressa assassina Odeio sua pose de fina Que mal disfarça sua alma filistina Odeio sua ode ao bandeirante Odeio suas pontes e mirantes Odeio o paliteiro de prédios sujos Odeio e sempre que posso fujo bateu panela botou bandeira do Brasil na sacada desfilou com camisa da seleção na paulista tirou selfie com PM se perdeu no metrô postou ofensa no perfil compartilhou a capa da Veja soltou rojão e buzinou no 31 de agosto guardou as panelas tirou a bandeira da sacada deu a camisa surrada pro rapaz da guarita aquietou-se assiste em suas telas a orgia da ganância curtiu veracidades veracidente vermelho vivo morto manchando a via expressa veramiséria veraspontes que separam as classes veradistância que mantém o pobre em seu lugar verasadegas e clássicos de quarta-feira que mantêm quietos verapolícia último recurso aos recalcitrantes veromendigo vomitado dormindo na porta do banco que produz mendigos veropm batendo no menino preto porque ele odeia o preto do menino que ele também tem em si verorio que virou esgoto variações vibrantes de vibriões. capivaras vagando na vala podre. mutantes? veratorre envidraçada que expulsa os barracos dos que já eram expulsos pra poder abrigar escritórios de firmas que produzem mais expulsão veroprefake fazendo vídeo postando pra colher curtidas verobabaca curtindo o vídeo do prefake veroveneno no ar veromenino no sinal verocachorro tratado como gente e a gente tratada como cachorro verdadeiras veracidades somos soldados de um estranho exército nosso território o corredor estreito e sempre fluido eternamente móvel em constante rearranjo um não lugar um tempo-lugar uma circunstância fortuita e passageira pátria que defendemos com silvos e roncos tíbias patelas ulnas rádios falanges metacarpos e úmeros se necessário patadas e gritos nossa precária pátria vive sob constante ameaça de invasão nossos inimigos tem os olhos alhures na tela azulada perdendo contato com a linha que demarca a fronteira ou apenas desprezam a população desse território já que ela parece frágil sobre suas duas patas pretas de borracha cortada de frio e de medo trincando a mandíbula até que os dentes doam e voam sobre ela sem aviso cortando o terreno que nos resta exigindo o nervoso recurso do pé direito sobre a manivela de ferro e o recálculo instantâneo das probabilidades e opções cavaleiros milimétricos zumbindo e bufando perto da mão que segura um cigarro focinho do cachorro olhar zombeteiro da criança enfardada e enfarada no banco de trás seguimos em frente tentando evitar gaiola de ferro com que embalam os membros rachados tentando fugir do papel alumínio com que cobrem os restos daqueles que caem de vez A pobre carne que alimenta a cidade que viaja sobre duas rodas Sístole para o centro Diástole para as bordas todo dia exceto domingos e feriados (anóxia temporária) NOVOS - 2022 caca bala caca paca vala maca moca mooca poça roça troça moto morto o gordo é morto o barco no porto o porco no cocho lavagem na barba a baba tejano a paula na buça amando no cano pegando no pano pano branco e gonorreia sebo livre no subaco seca a pica e lambe o saco pega a minha e vai pro mato senta firma roda o rabo tira bosta fede o dedo nem a medo voto em ti teu coco no meu pipi cura a mente quebra o dente não faz gente nem é crente pega o pente tira o bigode teu cu e te fode nem fica nem pode vai bode vai cabra goza e acaba fica na raba a trava da baba o fim da picada a pica da trava a fula do lêfo o grelo do beco o gelo mais seco maria quitéria rainha da américa sem buço nem tora pegou tiro afora largou casa e marido cagou no umbigo ficou sem abrigo levou um balaço seu cu um regaço não faz mais cagaço não tem nem cabaço aço faço é o fim do embaraço Neschling Sinfonia sinfonia sinfônia sinfônia sinfrônio sinval siririca sebola senora piroca esmegma xereca firula feijão pinga pinga pinga no seu rego no teu cu ratio-ars naturalha na caralha cara senta na cara senta senta sinta pinta pica no teu rego no teu rego linguiça Bucareste busca resto lub lub glub glub lubrificante limpa lambe lente crente quente gente frente nega pega rega esfrega quebra febre deve a lebre dar o breque passa o cheque choque fede liga tripa pão linguiça pé carniça pau tiriça tem linha sem trem benga minha lá vem

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Maria Bonomi

sábado, 29 de outubro de 2022

A eleição precisa acabar amanhã -The Intercept Brasil, 29/10/2022

Neste domingo, 30 de outubro, se encerra a mais suja e perigosa campanha eleitoral que o Brasil registra em sua vacilante trajetória democrática. As estratégias rasteiras, o derrame bilionário de verbas, as fraudes narrativas, os temas morais pinçados do sótão da política, os constragimentos de patrões a empregados, o inédito uso da máquina pública em uma agiotagem eleitoral sem precedentes e os atentados armados a eleitores e instituições nos lançaram ao limite da exaustão física e mental. Muito mais do que os três meses regulamentados pelo Tribunal Superior Eleitoral, assistimos a um governo que se move em permanente palanque, comitê perpétuo, há quatro anos. O cansaço é nítido entre quem resiste. Desde eleito e antes mesmo de tomar posse, Bolsonaro guia sua bússola obscena e sua máquina de ódio no contraponto do republicanismo, na coação de princípios democráticos e na insistente busca por fragilizar ou deformar instituições que poderiam limitar seu campo de atuação em nome de um projeto personalista e autoritário de poder. O expurgo, finalmente, virá. E da forma mais simples, bela e direta que uma democracia prevê: o voto. E quem deu também tira. A se confirmarem as pesquisas de intenção de voto, teremos um novo (velho) governo pelos próximos quatro anos. O possível retorno de Lula, que assim se tornará o primeiro presidente três vezes eleito na história deste país, sinaliza a necessidade da imprensa, sobretudo livre e independente, de manter rígida a fiscalização dos atos de poder. O compromisso do petista é de não repetir erros que marcaram profundamente sua gestão e a de sua sucessora, Dilma Rousseff. Urgentemente, ele vai precisar restabelecer o pacto de equilíbrio entre os poderes, celebrado pela tão atacada Constituição de 1988, interrompendo as barganhas orçamentárias ao Congresso, os ataques ao Supremo e destituindo a política fisiologista entre partidos e protegidos no Executivo. No entanto, para além dos corredores do poder em Brasília, há uma explícita necessidade e um clamor de encontro com o Brasil real e seus reais problemas — léguas distante de mamadeiras de piroca, ideologia de gênero, cloroquina, entre tantas outras quimeras forçadamente trazidas às salas de jantar dos brasileiros num momento em que faltou justamente janta, comida, saúde e estado. Há uma necessidade de discutir segurança pública de forma séria e responsável, interrompendo os genocídios em favelas e espaços periféricos para atender a uma política de combate às drogas que se mostra completamente esgotada e falida. Na questão ambiental, a Amazônia arde em chamas, enquanto os aparelhados órgãos federais vendam seus olhos para a grilagem de terra, a derrubada ilegal de madeira e o avanço indiscriminado da monocultura da soja e da criação de gado. Existe um país enlutado, que literalmente sai menor da pandemia. São quase 700 mil pessoas a menos, mortas pelo descaso, com suas memórias humilhadas pelo escárnio de quem fez troça da asfixia e pouco caso da ciência. O empenho do Intercept e de todos os órgãos de imprensa comprometidos com a democracia é de cobrar de forma contundente o enfrentamento dessas questões, jogando luz nas contradições que pontuarão o novo governo, forjado numa enorme aliança multipartidária, com interesses díspares e muitas (muitas) vezes contraditórios. Esse é o provável governo que nasce domingo das urnas. O primeiro compromisso, porém, é efetivamente fazer valer esse nascedouro. Mostrar, constranger e vigiar qualquer sanha golpista ou farsa armada que tente melar o resultado das eleições, com narrativas ensaiadas há meses por quem sabe que foi derrotado no princípio básico de convencer o eleitor, soberano na escolha. Não existe "terceiro turno" e nem "adiamento". A eleição no Brasil precisa terminar neste domingo, porque é o dia previamente determinado pela Constituição. Qualquer coisa diferente disso tem nome: é golpe. Qualquer movimento contestatório é blefe e aposta no caos de quem anseia lucrar com a plena desordem social. A eleição termina no dia 30 de outubro porque o Brasil tem urgência em sua reconstrução e não pode assistir paralisado aos caprichos e perversões de um presidente que, nunca, em um só dia como governante, teve respeito ao cargo e aos milhões de brasileiros que representou. As eleições mais longas e sujas da história democrática do Brasil terminam neste domingo, ao custo de vidas que se foram, traumas não curados e um país em frangalhos, mas suficientemente capaz de se levantar

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

segunda-feira, 26 de setembro de 2022