domingo, 22 de setembro de 2013
terça-feira, 17 de setembro de 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Hexeno
Devushkin, funcionário pobre, tem uma alma esfarrapada
como suas roupas e sapatos.
E eu, que alma tenho?
Não estou esfarrapado
porque hoje me chegam aos pés sapatos
feitos do outro lado do mundo por garotas-escravas de 14
anos
que vivem sob a sombra de cassetetes
balas, braços e quepes.
Tenho sapatos novos porque a economia
do meu país
depende de mim, necessita que eu seja
o consumidor: esta minha profissão.
A alma de Devushkin era esfarrapada
o que significa dizer
formada de materiais muito usados,
a ponto de perder a integridade,
com suas costuras se desfazendo,
apresentando descontinuidades em sua cor
e superfície:
mas era, antes de tudo, composta por bom material.
Por material de verdade:
couro
madeira
linho
algodão
cânhamo
material que havia sido cortado, cosido, conformado
pelas mãos de pessoas de verdade,
sentadas fumando cachimbo, às portas de suas oficinas
em ruelas estreitas,
conversando;
pessoas com piolhos, tuberculose, e estômagos
forrados de repolho
batatas
centeio
e talvez alguma carne.
Eu, minha alma é composta por um material de mentira:
novo e brilhante, mas falso,
um químico petróleo: plástico.
Um material conformado por máquinas
operadas por fantasmas humanos.
Por outros iguais a mim com suas almas de plástico
sonhando com coisas de plástico
que eles ainda não tem
mas que vão ter em breve
só pra poder perceber que há outras
novas e melhores
coisas de plástico
que é preciso também ter.
Estômagos forrados de anidrido
azocorantes
flavorizantes
pirofosfato de sódio (“composto químico levemente tóxico e medianamente
irritante”)
proteínas termoplásticas pressurizadas temperadas com
hexeno.
Minha alma de plástico quer sentir o mundo
quer penetrá-lo
mas só consegue informações de plástico
imagens de plástico
sensações de plástico.
Não há nada senão o plástico: o plástico me habita
o plástico sou eu.
Devushkin:
invejo sua alma esfarrapada.
Seus sapatos rotos.
Suas calças puídas.
Sua tuberculose.
Seus piolhos.
Sua alma de carne.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
sábado, 27 de julho de 2013
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Registro
Códices do Senado da Câmara de Alcântara foram entregues ao MCHA
No dia 28 de junho, o Instituto Histórico e Geográfico do
Maranhão (IHGM) devolveu ao município os Códices do Senado da Câmara de
Alcântara (MA).

Os três livros manuscritos, datados do século XVIII e XIX, foram
encontrados pela primeira vez na cidade de Viana (MA) pelo historiador
Antônio Lopes, ainda na década de 1930, que após realizar vasta
pesquisa, que culminou na produção do livro Alcântara – Subsídios para História da Cidade, fez a doação dos manuscritos ao IHGM.

Texto e fotos: Divulgação MCHA
Fonte: http://www.museus.gov.br/noticias/codices-do-senado-da-camara-de-alcantara-foram-entregues-ao-mcha/
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