sábado, 30 de abril de 2016
sexta-feira, 29 de abril de 2016
Blaise Pascal - the thinking reed
"O
homem não passa de um caniço, o mais fraco da natureza, mas é um caniço
pensante. Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo:
um vapor, uma gota de água bastam para matá-lo. Mas, mesmo que o
universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que quem o mata,
porque sabe que morre e a vantagem que o universo tem sobre ele; o
universo desconhece tudo isso. Toda a nossa dignidade consiste, pois, no
pensamento. Daí que é preciso nos elevarmos, e não do espaço e da
duração, que não podemos preencher. Trabalhemos, pois, para bem pensar;
eis o princípio da moral. Não é no espaço que devo buscar minha
dignidade, mas na ordenação de meu pensamento. Não terei mais, possuindo
terras; pelo espaço, o universo me abarca e traga como um ponto; pelo
pensamento, eu o abarco".
Padrões
“Os seres humanos parecem dotados, por sua estrutura cerebral, para perceber padrões, e o artifício tem valor de sobrevivência, mas isso não prova que todos os padrões realmente existam”.
William R. Everdell
perspectiva múltipla
"Foi um pintor, Edouard Manet, que mostrou em Bar do Folies Bergere (1883) como se podia ver o mundo ao mesmo tempo de dois pontos de vista diferentes" (Everdell, 2000)
Phineas Taylor Barnum
“Nobody ever lost a dollar by underestimating the taste of the American public.”
“There's a sucker born every minute.”
quinta-feira, 28 de abril de 2016
fühle mich oft ausgenutzt! - Lustig
Hallo,
Ich habe Schwierigkeiten mit meiner Freundin. Wir kennen uns seit wir Kinder waren aber ihre Schnorerei bringt mich zum Wahnsinn.
Beispiel: wir gehen zum tanzen, ich hole Madame mit dem Auto ab (sie hat keinen Führerschein) und bringe sie wieder nachhause. Oft hat sie zuwenig Geld mit für die Getränke und ich muss ihr dauernd etwas borgen. Von selber kriege ich das Geld nicht zurück aber mittlerweile sage ich ihr das sie mir noch etwas schuldet. Für Benzin und Tiefgarage hat sie mir noch nie was dazu gegeben oder mich dafür auf einen Drink mal eingeladen. Ich komme mir irgendwie ausgenutzt vor aber weis nicht wie ich das Thema ansprechen soll.
Habt ihr eine Idee?
LG
Sarah
quarta-feira, 27 de abril de 2016
segunda-feira, 25 de abril de 2016
Schwarz, Roberto. Nacional por subtração. In: Que horas são? São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
Uma
constante em nossa sociedade desde os tempos da Independência: somos portadores
de uma cultura de caráter “postiço, inautêntico, imitado” (p. 29). Um problema
de fundo que permeia as visões de mundo de indivíduos ligados às mais variadas
correntes: modernos, românticos e naturalistas, esquerdistas e direitistas etc.
A
roupa de papai noel é inadequada; a
guitarra e a democracia são vistas como
inadequadas; o liberalismo (ideia) e a escravidão (real) são observados como
elementos incompatíveis pelos contemporâneos do século XIX; em suma, “todos
comportam o sentimento de contradição entre a realidade nacional e o prestígio
ideológico dos países que nos servem de modelo” (p. 30).
O
“caráter imitativo de nossa vida cultural” (p. 30) aparece no ambiente
acadêmico: troca-se de “escola” ao sabor das modas, sem que se respeite um
projeto de construção de conhecimento duradouro, sem que se resolvam questões
abertas pela escola anterior; um eterno recomeçar, um eterno dar de costas ao
que se produziu pela geração passada, etc.: “Tem sido observado que a cada
geração a vida intelectual do Brasil parece recomeçar do zero” (p. 30), o que
gera “descontinuidade da reflexão” (p. 30). Alguns “grandes” – ele cita Machado,
Mario de Andrade e A. Cândido – sobressaíram-se porque inovaram (estiveram de
ouvidos abertos para o novo) sem desligar-se dos antecessores[1]:
eis as palavras de Schwarz: “Não se trata, portanto, da continuidade pela
continuidade, mas da constituição de um campo de problemas reais, particulares,
com inserção e duração histórica próprias, que recolha as forças em presença e
solicite o passo adiante” (p. 31). A própria ideia de ruptura, ele assevera,
nada significa sem que a preceda (ou possibilite) esse “adensamento cultural”
anterior.
Diante
dessa constatação, aparece a atitude defensiva instintiva de passar ao polo
oposto e censurar toda e qualquer “tendência metropolitana”: fechar-se em copas
e agarrar-se a uma suposta pureza particular e pugnar incessantemente pela
manutenção de sua virgindade.: essa ideia foi forte nos nacionalismos de
esquerda e de direita.
Se
“hoje” parece improvável (inverossímil) que esse cenário impoluto se possa
realizar, Schwarz afirma que “há 20 anos” (refere-se aos anos 1950-60) era
possível pensar numa cultura a salvo da contaminação da cultura de massas e da
penetração dos elementos estrangeiros.
“Reinava um estado de espírito
combativo, segundo o qual o progresso resultaria de uma espécie de reconquista,
ou melhor, da expulsão dos invasores. Rechaçado o Imperialismo, neutralizadas
as formas mercantis e industriais de cultura que lhe correspondiam, e afastada
a parte antinacional da burguesia, aliada do primeiro, estaria tudo pronto para
que desabrochasse a cultura nacional verdadeira, descaracterizada pelos elementos anteriores, entendidos como corpo
estranho”[2]
(p. 32).
Era
a “ilusão própria ao nacionalismo populista, que coloca o mal todo no exterior”
(p. 33). Isso levava a uma visão idealizada do elemento nacional: ele é bom por
natureza, basta desembaraçá-lo desses tentáculos estrangeiros. “[E]speravam
achar o que buscavam através da eliminação do que não é nativo. O resíduo dessa
operação de subtrair, seria a substância autêntica do país” (p. 33): nacional
por subtração.
No
século XIX, pretendeu-se afastar a influência portuguesa com uma pretensa cultura
nacional que foi, de fato, apenas o resultado da diversificação de modelos
europeus.
“Hoje”
esse nacionalismo por exclusão parece anacrônico e provinciano: para quem está
(cresceu, “se entendeu”) no interior da “cultura de massas” – americanizada etc.
– parece inverossímil desejar um país “limpo” dessas influências (que nem podem
ser vistas como influências, são o cenário natural, pura e simplesmente): “Nesta
atmosfera ‘global’, de mitologia unificada e planetária, o combate por uma
cultura ‘genuína’ faz papel de velharia. Fica patente o seu caráter ilusório,
além de provinciano e complementar a formas arcaicas de opressão” (p. 34). Essa
crítica, assevera Schwarz, esconde um conformismo: atacar as formas nacionalistas
do passado e suas opressões – coisa válida e necessária – esconde uma atitude
de aceitar placidamente o cenário de “hoje”, como se ele fosse anódino, como se
nele não se processasse também uma estrutura de poder e opressão; a comunicação
de massa não é libertária, não é diferente daquela a quem “substituiu”. Os “globalistas”
[gostaria de chamá-los de “pós-modernos”] se colocam no papel de vanguarda dos oprimidos
abrindo caminho para a libertação – os heróis desbravadores, os messias –
vencendo as velhas posições opressoras; de fato, são parte de um processo
triunfante e, ele sim, opressor, porque hegemônico e maciço, excludente e autoritário.
“Alinham-se com o poder como quem faz uma revolução” (p. 34) [que definição
mais precisa pode-se cunhar para os pós-modernos?]
[1] Esse trecho lembra a crítica dos
antimodernistas que lamentavam a ruptura dos modernos com os padrões do passado;
concordavam que se fizessem inovações, mas sem esquecer o que se fizera até
então, que se partisse do ponto em que a tradição havia chegado e se a levasse
adiante; e é estranho também encontrar Mario de Andrade nessa enumeração
tripartite: ele que fora um iconoclasta (que sei eu?), ele que fora adepto da
ruptura: que tradição ele retomou?
[2] E não era isso mesmo o que pensavam os
modernistas sobre a cultura brasileira? Exceto que trocavam de inimigo: não o “imperialismo”,
mas o “academismo”: a Academia instalada em 1826 era vista como responsável
pela interrupção do desenvolvimento de uma cultura autóctone, poluída por
elementos estrangeiros; e era sua intenção justamente limpar esse legado “acadêmico”
e retomar a cultura nacional do ponto em que fora interrompida e novamente levá-la
a se desenvolver; isso se mostrou de maneira particularmente clara no caso da
arquitetura: Ricardo Severo – o primeiro arquiteto-modelo dos modernistas –
pugnava pelo estilo “neocolonial”.
quarta-feira, 20 de abril de 2016
terça-feira, 19 de abril de 2016
A raposa no galinheiro
"O historiador Luiz Felipe de Alencastro chamou a atenção para um problema em potencial do consórcio PT-PMDB. “Uma presidenciável desprovida de voo próprio na esfera nacional, sem nunca ter tido um voto na vida, estará coligada a um vice que maneja todas as alavancas do Congresso e da máquina partidária peemedebista”, disse Alencastro. “É uma chapa de alguém que sabe tudo e tem sob seu comando a maior bancada do Congresso, com alguém que vai começar a aprender.” Acrescente-se que Dilma não tem ascendência sobre o PT. Ela ficou no Partido Democrático Trabalhista, o PDT de Leonel Brizola, até 2001. E nele desenvolvia uma política de cunho provinciano-familiar: eleger seu marido governador do Rio Grande do Sul."
Consuelo Dieguez, Revista Piauí, 2010
segunda-feira, 18 de abril de 2016
"Uma família de fortuna média"
A cena aqui desenhada representa a partida, para o passeio, de uma
família de fortuna média, cujo chefe é funcionário. Segundo o antigo
hábito observado nessa classe, o chefe de família abre a marcha,
seguido, imediatamente, por seus filhos, colocados em fila por ordem de
idade, indo o mais moço sempre na frente; vem a seguir a mãe ainda
grávida; atrás dela sua criada de quarto, escrava mulata, muito mais
apreciada no serviço do que as negras; seguem-se a ama negra, a escrava
da ama, o criado negro do senhor, um jovem escravo em fase de
aprendizado, o novo negro recém-comprado, escravo de todos os outro (…).
O cozinheiro é o guarda da casa. (DEBRET, 1978, p.182)