quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Uns pensamento

(fr)ágil (ou “não buzine, acorde mais cedo”) o chão é duro sua retrovisão ameaça minha mão “corredor” não significa que se deve correr Tenho uma raiva genuína Odeio seu fedor de gasolina Odeio sua mania de buzina Odeio seus rios de bosta e urina Odeio sua pressa assassina Odeio sua pose de fina Que mal disfarça sua alma filistina Odeio sua ode ao bandeirante Odeio suas pontes e mirantes Odeio o paliteiro de prédios sujos Odeio e sempre que posso fujo bateu panela botou bandeira do Brasil na sacada desfilou com camisa da seleção na paulista tirou selfie com PM se perdeu no metrô postou ofensa no perfil compartilhou a capa da Veja soltou rojão e buzinou no 31 de agosto guardou as panelas tirou a bandeira da sacada deu a camisa surrada pro rapaz da guarita aquietou-se assiste em suas telas a orgia da ganância curtiu veracidades veracidente vermelho vivo morto manchando a via expressa veramiséria veraspontes que separam as classes veradistância que mantém o pobre em seu lugar verasadegas e clássicos de quarta-feira que mantêm quietos verapolícia último recurso aos recalcitrantes veromendigo vomitado dormindo na porta do banco que produz mendigos veropm batendo no menino preto porque ele odeia o preto do menino que ele também tem em si verorio que virou esgoto variações vibrantes de vibriões. capivaras vagando na vala podre. mutantes? veratorre envidraçada que expulsa os barracos dos que já eram expulsos pra poder abrigar escritórios de firmas que produzem mais expulsão veroprefake fazendo vídeo postando pra colher curtidas verobabaca curtindo o vídeo do prefake veroveneno no ar veromenino no sinal verocachorro tratado como gente e a gente tratada como cachorro verdadeiras veracidades somos soldados de um estranho exército nosso território o corredor estreito e sempre fluido eternamente móvel em constante rearranjo um não lugar um tempo-lugar uma circunstância fortuita e passageira pátria que defendemos com silvos e roncos tíbias patelas ulnas rádios falanges metacarpos e úmeros se necessário patadas e gritos nossa precária pátria vive sob constante ameaça de invasão nossos inimigos tem os olhos alhures na tela azulada perdendo contato com a linha que demarca a fronteira ou apenas desprezam a população desse território já que ela parece frágil sobre suas duas patas pretas de borracha cortada de frio e de medo trincando a mandíbula até que os dentes doam e voam sobre ela sem aviso cortando o terreno que nos resta exigindo o nervoso recurso do pé direito sobre a manivela de ferro e o recálculo instantâneo das probabilidades e opções cavaleiros milimétricos zumbindo e bufando perto da mão que segura um cigarro focinho do cachorro olhar zombeteiro da criança enfardada e enfarada no banco de trás seguimos em frente tentando evitar gaiola de ferro com que embalam os membros rachados tentando fugir do papel alumínio com que cobrem os restos daqueles que caem de vez A pobre carne que alimenta a cidade que viaja sobre duas rodas Sístole para o centro Diástole para as bordas todo dia exceto domingos e feriados (anóxia temporária) NOVOS - 2022 caca bala caca paca vala maca moca mooca poça roça troça moto morto o gordo é morto o barco no porto o porco no cocho lavagem na barba a baba tejano a paula na buça amando no cano pegando no pano pano branco e gonorreia sebo livre no subaco seca a pica e lambe o saco pega a minha e vai pro mato senta firma roda o rabo tira bosta fede o dedo nem a medo voto em ti teu coco no meu pipi cura a mente quebra o dente não faz gente nem é crente pega o pente tira o bigode teu cu e te fode nem fica nem pode vai bode vai cabra goza e acaba fica na raba a trava da baba o fim da picada a pica da trava a fula do lêfo o grelo do beco o gelo mais seco maria quitéria rainha da américa sem buço nem tora pegou tiro afora largou casa e marido cagou no umbigo ficou sem abrigo levou um balaço seu cu um regaço não faz mais cagaço não tem nem cabaço aço faço é o fim do embaraço Neschling Sinfonia sinfonia sinfônia sinfônia sinfrônio sinval siririca sebola senora piroca esmegma xereca firula feijão pinga pinga pinga no seu rego no teu cu ratio-ars naturalha na caralha cara senta na cara senta senta sinta pinta pica no teu rego no teu rego linguiça Bucareste busca resto lub lub glub glub lubrificante limpa lambe lente crente quente gente frente nega pega rega esfrega quebra febre deve a lebre dar o breque passa o cheque choque fede liga tripa pão linguiça pé carniça pau tiriça tem linha sem trem benga minha lá vem

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

sábado, 29 de outubro de 2022

A eleição precisa acabar amanhã -The Intercept Brasil, 29/10/2022

Neste domingo, 30 de outubro, se encerra a mais suja e perigosa campanha eleitoral que o Brasil registra em sua vacilante trajetória democrática. As estratégias rasteiras, o derrame bilionário de verbas, as fraudes narrativas, os temas morais pinçados do sótão da política, os constragimentos de patrões a empregados, o inédito uso da máquina pública em uma agiotagem eleitoral sem precedentes e os atentados armados a eleitores e instituições nos lançaram ao limite da exaustão física e mental. Muito mais do que os três meses regulamentados pelo Tribunal Superior Eleitoral, assistimos a um governo que se move em permanente palanque, comitê perpétuo, há quatro anos. O cansaço é nítido entre quem resiste. Desde eleito e antes mesmo de tomar posse, Bolsonaro guia sua bússola obscena e sua máquina de ódio no contraponto do republicanismo, na coação de princípios democráticos e na insistente busca por fragilizar ou deformar instituições que poderiam limitar seu campo de atuação em nome de um projeto personalista e autoritário de poder. O expurgo, finalmente, virá. E da forma mais simples, bela e direta que uma democracia prevê: o voto. E quem deu também tira. A se confirmarem as pesquisas de intenção de voto, teremos um novo (velho) governo pelos próximos quatro anos. O possível retorno de Lula, que assim se tornará o primeiro presidente três vezes eleito na história deste país, sinaliza a necessidade da imprensa, sobretudo livre e independente, de manter rígida a fiscalização dos atos de poder. O compromisso do petista é de não repetir erros que marcaram profundamente sua gestão e a de sua sucessora, Dilma Rousseff. Urgentemente, ele vai precisar restabelecer o pacto de equilíbrio entre os poderes, celebrado pela tão atacada Constituição de 1988, interrompendo as barganhas orçamentárias ao Congresso, os ataques ao Supremo e destituindo a política fisiologista entre partidos e protegidos no Executivo. No entanto, para além dos corredores do poder em Brasília, há uma explícita necessidade e um clamor de encontro com o Brasil real e seus reais problemas — léguas distante de mamadeiras de piroca, ideologia de gênero, cloroquina, entre tantas outras quimeras forçadamente trazidas às salas de jantar dos brasileiros num momento em que faltou justamente janta, comida, saúde e estado. Há uma necessidade de discutir segurança pública de forma séria e responsável, interrompendo os genocídios em favelas e espaços periféricos para atender a uma política de combate às drogas que se mostra completamente esgotada e falida. Na questão ambiental, a Amazônia arde em chamas, enquanto os aparelhados órgãos federais vendam seus olhos para a grilagem de terra, a derrubada ilegal de madeira e o avanço indiscriminado da monocultura da soja e da criação de gado. Existe um país enlutado, que literalmente sai menor da pandemia. São quase 700 mil pessoas a menos, mortas pelo descaso, com suas memórias humilhadas pelo escárnio de quem fez troça da asfixia e pouco caso da ciência. O empenho do Intercept e de todos os órgãos de imprensa comprometidos com a democracia é de cobrar de forma contundente o enfrentamento dessas questões, jogando luz nas contradições que pontuarão o novo governo, forjado numa enorme aliança multipartidária, com interesses díspares e muitas (muitas) vezes contraditórios. Esse é o provável governo que nasce domingo das urnas. O primeiro compromisso, porém, é efetivamente fazer valer esse nascedouro. Mostrar, constranger e vigiar qualquer sanha golpista ou farsa armada que tente melar o resultado das eleições, com narrativas ensaiadas há meses por quem sabe que foi derrotado no princípio básico de convencer o eleitor, soberano na escolha. Não existe "terceiro turno" e nem "adiamento". A eleição no Brasil precisa terminar neste domingo, porque é o dia previamente determinado pela Constituição. Qualquer coisa diferente disso tem nome: é golpe. Qualquer movimento contestatório é blefe e aposta no caos de quem anseia lucrar com a plena desordem social. A eleição termina no dia 30 de outubro porque o Brasil tem urgência em sua reconstrução e não pode assistir paralisado aos caprichos e perversões de um presidente que, nunca, em um só dia como governante, teve respeito ao cargo e aos milhões de brasileiros que representou. As eleições mais longas e sujas da história democrática do Brasil terminam neste domingo, ao custo de vidas que se foram, traumas não curados e um país em frangalhos, mas suficientemente capaz de se levantar

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Big Oil Sold the World on a Plastics Recycling Myth

 

Post storm debris made up mostly of plastics and vegetation is scattered across the high tide line in Long Beach on Monday, Dec. 2, 2019.
 
Scott Varley/MediaNews Group/Torrance Daily Breeze—Getty Images
 
MAY 5, 2022 11:34 AM EDT

Afew weeks ago, my friend Brett Pogostin showed me a photograph of his girlfriend, Angie, taken on Padre Island National Seashore on the Texas Gulf Coast. They had driven 200 miles from Houston to visit this 60-mile stretch of undeveloped barrier island, which reaches south from Corpus Christi, Texas, towards the Mexican border. But when they stopped and got out of their car, they found the shoreline littered with plastic—old diapers, water bottles, and plastic detergent jugs. Bathers had set up their blankets and umbrellas amid the trash, and children made sand castles between pieces of plastic junk. Brett and Angie got back in the car and drove close to 30 miles trying to find a stretch of unpolluted beach, and finally gave up. Brett took a photograph: Angie smiling beneath a gray sky, bits of plastic garbage mixed in the sand at her feet.

The world is in the midst of a plastic waste crisis. Every year, the world produces about 400 million tons of plastic. In the U.S. barely 6% of that waste was recycled last year, down from around 9% in 2018, as nations like China stop taking U.S. plastic. The vast majority of the waste ends up in landfills, in the oceans, or spread across the land, an endless tide of chemically indestructible junk, polluting our coastlines, infiltrating ecosystems and, when it breaks down into microscopic fragments, entering our bodies, with unknown health repercussions.

For years, the fossil fuel industry has been turning oil and natural gas into plastics in massive, heavily-emitting “cracker” plants. In anticipation of shrinking fossil-fuel demand, it is currently investing $400 billion to expand plastic production—including a $10 billion ExxonMobil-Saudi Basic Industries Corp. facility being built a few dozen miles from Padre Island, across Corpus Christi Bay. The result, according to one 2020 study: 1.3 billion metric tons more plastic dumped into our environment by 2040.


A version of this story first appeared in the Climate is Everything newsletter. To sign up, click here.


For years, the folks selling that plastic have avoided blame for the ecological mess their products have caused, mainly by promoting a largely false set of promises about our ability to recycle plastics, along with a narrative—advertised in countless anti-litter commercials—that dealing with plastic waste was the responsibility of consumers, not producers. But that may be changing. Last week, California’s Attorney General opened an investigation into fossil fuel and petrochemicals companies, accusing them of perpetuating a decades-long disinformation campaign.

nquiry has never been attempted before. And it will likely add to mounting pressure the industry has been experiencing recently. The plastics industry has a “target on its back,” Tony Radoszewski, president of the Plastics Industry Association, told attendees at an event last summer. “Some people are trying to put us out of business.”
ExxonMobil Corp. and Saudi Basic Industries Corp. Gulf Coast Growth Ventures petrochemical complex under construction in Gregory, Texas, U.S., on Wednesday, July 28, 2021. The plastics plant will be the world's largest steam cracker.
 
Eddie Seal—Bloomberg/Getty Images

Around the world, 71% of people think single-use plastic products should be banned, according to a 2019 Ipsos survey. Many African nations have outlawed plastic bags in recent years, while the E.U. banned many single-use plastic items last summer. Last month, Los Angeles County blocked restaurants from selling food in plastic containers that can’t be composted or recycled.

I’m fascinated by the question of what causes a person, city, or country to change their view towards plastics, given how difficult it can be to accept that there is something monstrously wrong with the world you take for granted. Evidence accumulates, and we relegate it to that dusty section of our minds reserved for the terrible things about the world that are too overwhelming or omnipresent to really think about. Then, some new bit of information, a thought, a feeling, hits from a different angle, cracks the dam, and suddenly the sheer awfulness of the whole situation—of a world clogged, in every crevice, with plastic junk—spills out into the open.

For some, that moment came back in 2015, when a video of researchers yanking a plastic straw out of a sea turtle’s nose went viral. For others it was reading about the plastics industry’s deception campaign around recycling. For my editor Kyla Mandel, new research on how microplastics are turning up in human blood redoubled anxiety about what plastics were doing to us. For my friend Brett, it was the trip to Padre Island that did it. Upon returning, he purged all the disposable plastic that he could from his life. He ordered sheets of dissolvable laundry detergent, and bought toilet paper packaged in a cardboard box. “Hope you enjoy that meal,” he’d say, seeing a coworker sit down with a pile of plastic containers, “because the planet is going to be enjoying it forever.”

Brett’s right on that point. The plastic we put into the world will be with us for hundreds of years, floating up on shores and circulating through our bodies—and those of our children, and our children’s children. There’s hope of stemming the flow of new plastic pollution if we manage to hold off corporate plans to keep expanding plastic production until we choke on it. But the tragedy of an irrevocably-changed world is already here.

“There was more plastic on that beach than anyone could ever pick up,” Brett said. “And even if you did, there’s infinitely more out in the ocean, and more would just wash up.”

It was that grief for what we’ve lost that woke me up. Brett has always loved the world’s wild places, and he spoke of Padre Island with a tone of indignation. But there was pain beneath the anger, a hint of something like heartbreak. And when I heard it, something in me broke, too.

segunda-feira, 25 de julho de 2022

OS FUMADORES DE MACONHA NO BRASIL

"E' fumada nos quartéis, nas prisões, onde penetra ás escondidas, em agrupamentos occasionaes on em quaesquer reuniões de pretos. Muitos fumam isoladamente, com tabaco. Os symptomas apresentados pela embriaguez da maconha são variaveis com a dose fumada, com a proveniência da planta, que pode conter maior quantidade dos princípios activos, com as suggestões e principalmente com o temperamento individual. Um estado de bem estar, de satisfação, de felicidade, de alegria ruidosa são os effeitos nervosos predominantes. E' esse estado agradavel de euphoria que leva a maior parte dos habituados a procurar a planta, a cujo uso se entregam com mais ou menos aferro. As ideias se tornam mais claras e passam com rapidez deante do espirito. Os embriagados falam demasiadamente, dão estrepitosas gargalhadas; agitam-se, dansam, pulam, caminham; mostram-se amaveis com expansões fraternaes; vêm objectos fantasticos, ou de accôrdo com as ideias predominantes no individuo, ou com as suggestões do momento. Dizem que a embriaguez da maconha mostra o instincto do individuo.

[...]

O Dr. Aristides Fontes, clínico em Aracaju, que conversou com pescadores habituados a usar da maconha, ouviu que quando se encontram no mar em canoas ou jangadas fumam em grupos para se sentirem mais alegres, dispostos ao trabalho, e menos penosamente vencerem o frio e as agruras da vida do mar. Ao dr. Xavier do Monte, medico em Propriá, Sergipe, referiu L. S., homem de 45 annos de idade, que fumou a maconha, como experiencia, sentindo-se alegre, achando graça em tudo, dando estridentes gargalhadas a todo proposito, como um louco e tinha muita fome. Comeu desmesuradamente, e após cessou o delirio, entrando em somno profundo e calmo". 

Rodrigues Doria — Revista Americana, Rio de Janeiro, 1917.


sexta-feira, 3 de junho de 2022

terça-feira, 31 de maio de 2022


 

sexta-feira, 27 de maio de 2022